
O julgamento de sete profissionais médicos pela morte de Diego Armando Maradona prosseguiu com a audição de uma das testemunhas mais antecipadas: Pablo Dimitroff. O diretor da clínica onde o eterno n.º 10 argentino foi operado 20 dias antes de falecer, a 25 de novembro de 2020, frisou que este não devia ter recebido alta.
«O seu comportamento era autodestrutivo. Ele não se alimentava corretamente, tomava coisas que não lhe faziam bem, não saía da cama, ficava acordado à noite e dormia durante o dia e não tomava a sua medicação» explicou Dimitroff. O médico frisou que a única solução possível teria sido a transferência de Maradona para outra unidade hospitalar onde pudesse continuar a recuperação motora e corrigir hábitos pouco saudáveis de sono e de alimentação.
Dada a situação clínica delicada de Maradona, o regresso a casa era considerado «grande parte do problema.»
Dimitroff revelou ainda que Leopoldo Luque e Agustina Cosachov não eram a favor da continuidade do tratamento hospitalar e que lhe pediram para sedar a lenda do Nápoles. Dois dos acusados da morte de Maradona defenderam que o antigo jogador era um paciente difícil de gerir, com vários episódios de agitação psicomotora.
Apesar da recomendação de Dimitroff que Maradona continuasse sob observação hospitalar, Luque recusou, justificando que não seria exequível e o campeão mundial de 1986 regressou a casa.
A 25 de novembro de 2020, Maradona acabou mesmo por falecer em Tigre, a norte de Buenos Aires. O julgamento, que começou em 11 de março e deverá durar até julho, procura apurar possível neglicência médica. responsabilidades médica