A Seleção Nacional não conseguiu chegar à final do Mundial tendo pela frente a Dinamarca. Mas, qual a equipa deste Mundial que poderia afastar a equipa dinamarquesa da rota para o título? Quem consegue travar os tricampeões mundiais que jogam a uma velocidade estonteante, que contam com um jogador fora de série como Mathias Gidsel e que tiveram no guarda-redes Nielsen um muro?
Portugal entrou praticamente a perder pois quando Rui Silva empatou (1-1), Vitor Iturriza foi logo excluído. A Dinamarca aproveitou todas as oportunidade para marcar (3-1) e num golpe de teatro Kiko Costa é excluído por alegadamente interferir no recomeço do jogo dos nórdicos. Praticamente ao mesmo tempo Fábio Magalhães também viu dois minutos, provavelmente, por má substituição. Assim, aos três minutos a Seleção Nacional tinha menos três jogadores e a Dinamarca marcava o 4-2.
Seria difícil imaginar pior, mas nem por isso, os portugueses desistiram. Aos 6 minutos, a Seleção perdia por 6-2, mas Martim Costa decidiu mostrar a coragem que todos lhe reconhecem e ganhou um livre sete metros. Pedro Portela não conseguiu levar a melhor frente a Nielsen, o fantástico guarda-redes do Barcelona. Martim Costa e Iturriza reduziram para 6-4, mas a Dinamarca, sempre a 200 km/h voltou a afastar-se e chegou aos 10 minutos a vencer por 8-4.
Com 10-6 no marcador, Paulo Pereira pediu um time out e tentou estabilizar o grupo.
Martim Costa voltou a ganhar sete metros, Kiko falhou, mas o lateral-esquerdo leonino não desistiu e voltou a entregar-se, qual mártir, na defesa nórdica. À terceira foi de vez e António Areia bateu Nielsen (11-9).
Rêma entrou para defender um livre sete metros, com sucesso, e já não saiu, tendo ajudado Diogo Branquinho a reduzir para 13-12 e entusiasmar o banco português com a aproximção.
A seis minutos do intervalo, Portugal voltou a aproximar-se (15-14), mas, sempre que isso aconteceu, a Dinamarca reagiu e voltava a fugir, aproveitando as defesas de Nielsen e as falhas técnicas de Portugal, cada vez mais desgastado perante a dura defesa dinamarquesa. Ao intervalo, a diferença mantinha-se nos quatro golos (20-16).
Na segunda parte, Portugal até entrou em superioridade numérica e com Iturriza a marcar, mas a velocidade da Dinamarca, a defesa persistente e resiliente dos rivais começaram a fazer mossa nos portugueses. Às falhas técnicas, aos remates falhados, respondiam os dinamarqueses ainda mais velozes. Um parcial de 4-1 e Gidsel a mostrar-se (23-18) e quebrou-se a barreira dos quatro golos.
Foi o início do fim do sonho de Portugal rumo à final.
Pela frente a Seleção Nacional encontrou os tricampeões do Mundo que tiveram de aplicar-se, sim, porque não queriam ser surpreendidos pelos outsiders, mas não conseguiram resistir mais do que 30 minutos à qualidade extraordinária dos dinamarqueses. Nielsen na baliza, numa noite inacreditável e Gidsel a marcar de todas as formas possíveis e imaginárias e ainda mais algumas que ninguém imagina.
Aos 43 minutos, Portugal perdia por 30-20 e esbarrava nos 41 por cento de eficácia do guarda-redes Nielsen. Salvador Salvador remava então contra a maré e fez o 30-21, já com Capdeville e João Gomes em campo.
A 10 minutos do fim, a Dinamarca não abrandou e chegou aos 11 golos (34-23).
Paulo Pereira jogou todas as cartas, mas o cansaço físico e anímico já não permitia mais aos portugueses, que resistiram de forma estoica, mas acabaram por tombar aos pés de uma Dinamarca que parece caminhar a passos largos para o quarto título Mundial. É o que arrisca quem tem Mathias Gidsel e Emil Nielsen.