Francisco Neto acredita que uma boa casa no Dragão — que baterá recorde de assistências em jogos da Seleção feminina — vai ser positivo para a equipa no primeiro duelo com a Chéquia, do play off de apuramento para o Euro 2025.
«Será importantíssimo termos o apoio dos portugueses. Temos lançado o desafio de bater esse recorde, seria maravilhoso, as nossas navegadoras sentem-se muito confortáveis com o apoio do público, esperamos que a 29 aconteça», afirmou, rejeitando ansiedade.
«A reação tem sido sempre muito positiva. Não podemos andar todos os anos a querer estes palcos, a chamar muita gente e depois ficarmos com medo de jogar perante tanta gente. Mesmo que estejamos num dia não tão positivo, o público vai ajudar-nos a dar esse passo em frente. Que seja o primeiro de muitos estádios cheios», acrescentou.
Sobre o desafio, atirou: «Queremos cumprir o nosso objetivo, que desde o início é garantir o apuramento para o Campeonato da Europa, faltam-nos dois jogos, o nível de exigência subiu, a Chéquia é altamente competitiva, organizada, tem feito um trabalho excecional, temos de dar um passo em frente na forma de jogar, na competência. Temos de fazer dois bons jogos, mas não basta querer, é preciso acontecer.»
«Vamos ter de dar um passo em frente. Nos últimos jogos dominámos, os problemas defensivos foram resolvidos na transição. Este jogo será diferente, a Chéquia vai obrigar-nos a estar sem bola, temos de estar preparados, mas se formos competentes, continuarmos com a nossa dinâmica, também vamos colocar problemas à Chéquia», projetou.
Nunca me ouviram, em 10 anos, a queixar-me
O regresso de Jéssica Silva foi analisado. «É mais uma jogadora que aporta qualidade, muito experiente. Olhamos para todas e sabemos que nos dão coisas diferentes. Estão aqui cinco ou seis avançadas, ter uma Jéssica é diferente de uma Diana, não que uma seja melhor que a outra, são diferentes. Sabemos o que cada uma nos pode dar e cabe-nos estabelecer a melhor estratégia. É sempre importante ter todas as jogadoras disponíveis e a Jéssica faz todo o sentido na nossa ideia», explicou.
O selecionador foi ainda questionado sobre a proposta do Bloco de Esquerda, de igualdade salarial entre homens e mulheres: «Com todo o respeito, vou ser sincero. Ontem vi seis jogos, no sábado cinco, não tive tempo para ler outro tipo de notícias. O que posso dizer é que nesta casa, no que toca às nossas condições de trabalho, os departamentos disponíveis, o acesso a campos, viagens, temos ótimas condições, não conheço a fundo as do masculino, mas em relação a tudo o que temos solicitado para termos as máximas condições para as jogadoras não me posso queixar. Nunca me ouviram, em 10 anos, a queixar-me de que não tínhamos bons relados, hotéis, viagens ou precisar mais gente no staff, não nos podemos queixar.»