Barcelona e Internazionale empataram (3-3) e saem vivos da eliminatória, ainda que, com pouco fôlego, após 90 minutos de loucos.

Seis golos, várias obras de arte e um jogo de intensidade elevadíssima com duas equipas de perfis diferentes, mas com uma intenção clara: fazer golo. Foi assim ao longo de todo o jogo.

O Inter, primeiro, guiado pela eficácia e capacidade de definição de Dumfries (que exibição do neerlandês), entrou a todo o gás, marcou dois golos em 21 minutos e parecia, ao bom estilo italiano, conseguir colocar gelo no jogo do adversário.

O problema é que, do outro lado, não só não estava um adversário qualquer como estava um dos melhores do mundo. Um maestro à solta capaz de erguer o Barcelona num ato de génio. Lamine Yamal. Nada mais, nada menos.

No jogo 100 ao serviço dos catalães (outro registo impressionante), o prodígio espanhol anotou o primeiro golo de forma brilhante, foi um pesadelo para a defensiva de Milão e uma das principais razões pelas quais o conjunto de Flick sai vivo para a partida da segunda mão.

Ainda assim, é o Inter quem tem mais razões para sorrir a caminho de Milão, com a eliminatória empatada e com a possibilidade de decidir tudo perante os seus adeptos.

Ainda há espaço no Museu Picasso?

Exibição brutal de Yamal @Getty Images

Em Barcelona, é um dos encantos mais requisitados pelos turistas, onde a arte se cruza com o afeto do artista pela cidade. Contudo, no Estadi Olímpic Lluís Companys também se viu artistas e obras de arte que preenchiam o Museu Picasso.

Marcus Thuram - de letra, num toque de classe após um cruzamento tenso -, Dumfries - de forma acrobática - e Yamal - a fazer lembrar Messi - fizeram tudo isto em apenas 24 minutos. Arte difícil de descrever. Melhor só mesmo observar e apreciar.

Em desvantagem cedo no jogo, o Barcelona foi obrigado a ser a melhor versão de si mesmo e contou com a contribuição decisiva de Yamal que foi uma tormenta constante para Dimarco. Um furacão imprevísivel, veloz, mas que definia tudo com uma leveza incrível.

O italiano mostrou-se impotente perante o espanhol e foi, inclusive, substituído ao minuto 55. Yamal, de resto, mesmo perante em situações de desvantagem (1x2 por exemplo), encontrou soluções para desequilibrar a defensiva do Inter.

Exibição memorável do jovem de 17 anos, apenas superada por Dumfries que, após o 2-2 do Barça - mais uma obra de arte na partida, desta feita depois de um grande desenho ofensivo entre Pedri, Raphinha e Torres - conseguiu voltar a marcar a diferença.

O momento da obra prima de Dumfries @Getty Images

Já na segunda parte, com o jogo um pouco mais morno, o neerlandês saltou mais alto do que toda a defensiva catalã e encontrou espaço para, de cabeça, fazer o 2-3.

Aqui, e até pela forma como os italianos pareciam conseguir controlar um pouco melhor o avalanche ofensivo espanhol, o jogo parecia mudar de tendência de forma definitiva, contudo, o Barcelona respondeu de forma imediata.

Dois minutos depois, através de um canto, Yamal simulou, permitiu um disparo de longe de Raphinha e o brasileiro - infeliz, mas feliz - acertou na barra, viu a bola tocar nas costas de Sommer e conseguiu reestabelecer o empate na partida.

Tudo em aberto para o jogo da segunda mão em Milão.