
Com a derrota por 3-1 em Barcelona, que selou um agregado de 4-1 a duas mãos, o Benfica viu oficialmente encerrada a sua campanha europeia em 2024/25.
Foram, no total, 12 jogos de Liga dos Campeões. Um número que noutras temporadas significaria uma caminhada até à final (ou eliminação nas meias) traduz-se agora numa queda nos oitavos de final após uma passagem pelo playoff.
Na estreia do novo formato, a águia conseguiu um 16º lugar na fase de liga, que lhe valeu a passagem às rondas a eliminar, mas, ao contrário do que tinha sido alcançado nas três temporadas anteriores (duas vezes na Champions e uma na Liga Europa), o Benfica não conseguiu chegar aos quartos. Foi apenas a segunda vez que caíram nos oitavos de final na era moderna desta competição, a par de 2016/17 (4-1 agg. frente ao Dortmund).
A goleada memorável e o carrasco catalão
A campanha europeia do Benfica começou com uma vitória por 1-2 na Sérvia, frente ao Crvena zvezda, no que foi apenas o segundo jogo desde o regresso de Bruno Lage. Uma boa entrada, mas o que se seguiu foi o jogo mais brilhante da temporada a nível europeu: uma goleada por 4-0 frente ao Atlético Madrid de Simeone, com vários jogadores em plano de destaque.

Fora de casa foram quatro vitórias em seis jogos. Um bom registo pintado com boas exibições, das quais se destacam a primeira vitória no Monaco (2-3), onde a águia assinou uma brilhante reviravolta nos minutos finais, e principalmente o 0-2 sobre a Juventus, em Turim, quando estava em jogo a sobrevivência na competição.
Igualmente memorável à goleada sobre o Atleti foi o primeiro duelo com o Barça, embora, nesse caso, por piores motivos. Novamente quatro golos marcados em casa, mas cinco sofridos (um deles aos 90+6) para selar um 4-5 que será certamente considerado um dos grandes duelos do ano a nível europeu. Para piorar, o mesmo Barcelona voltou a ser carrasco agora em março, nos oitavos. Raphinha e companhia deixam más memórias...
O evangelho de Pavlidis (e outros destaques)

O hat-trick frente ao Barcelona será um marco na carreira do grego, apesar da derrota na noite, mas importa salientar que o ex-AZ não foi o único elemento de realce na equipa. Álvaro Carreras foi - a par de Di María e Pavlidis - o jogador com mais assistências (duas) e além disso deixou várias exibições de topo, nas quais reforçou o seu crescentemente importante papel na equipa. A sua ausência esta terça-feira deu a Lamine Yamal o espaço que não tinha existido nos outros dois confrontos com o Barça...
Otamendi manteve a tendência para brilhar nos jogos de maior exigência e foi a par de Trubin o elemento mais utilizado, enquanto Kökçü conseguiu juntar golos às boas exibições, marcando na Champions quatro dos nove golos que leva em 2024/25. Destaque ainda para Bah, que antes da lesão contribuiu com um golo e duas assistências nas sete titularidades que teve na prova, fazendo parte dos melhores momentos da equipa (cinco vitórias, um empate e uma derrota com o dinamarquês no onze).
Os milhões a entrar
A Liga dos Campeões é fonte de estatuto, permitindo a um clube assumir-se como parte da elite europeia e, assim, atrair melhores jogadores e patrocínios. Ainda assim, a prova de elite da UEFA é, acima de tudo o resto, uma das maiores fontes de receitas financeiras que existe atualmente no futebol.
O novo formato da competição permitiu ao Benfica atingir um valor superior ao de anos anteriores. No total, as águias encaixaram 72,45 milhões de euros nesta edição da Liga dos Campeões.
Este valor divide-se entre 18,62 milhões de euros (M€) pelo acesso à competição; 9,5M€ pelos resultados na fase de liga; 5,78M€ pelo posicionamento final nessa fase (16º); 11M€ por eliminar o Monaco no playoff e chegar aos oitavos; e 24,55M€ (valor estimado) pelos direitos televisivos, através daquilo a que a UEFA chama de value pillar.
A campanha europeia permite também ao clube acumular alguma receita relativa aos dias de jogo. Entre os seis jogos disputados na Luz houve, no total, mais de 370 mil adeptos nas bancadas, o que corresponde a uma média de 61 800 adeptos por jogo. O jogo com mais adeptos (63 225) foi a primeira receção ao Barcelona (4-5).