O que há em comum entre O Elvas e o Pontevedra? À primeira vista, nada. A verdade é que os dois clubes, atualmente a competirem no IV escalão dos respetivos países, assumem-se como bandeiras das regiões que representam (Alentejo e Galiza) e são notícia, nos dois lados da fronteira, por razões idênticas.

Por cá, o O Elvas é, até ver, a grande sensação da Taça de Portugal, depois de ter ultrapassado, sucessivamente, Marco 09 (CP), Torreense (Segunda Liga), Varzim (Liga 3) e, no ambicionado regresso ao Patalino, o europeu Vitória de Guimarães (Liga), o que custou, desde logo, o lugar de Daniel Sousa no banco dos vitorianos (resistiu apenas três jogos!). O Alentejo volta, assim, a figurar no mapa futebolístico nacional.

Já em Espanha, não se fala de outra coisa. Do percurso assombroso do Pontevedra na Taça da Rei, com triunfos caseiros, no emblemático Estádio Pasarón – em termos de simbolismo, para os adeptos do clube galego, assemelha-se em muito ao significado do Patalino para os elvenses -, sobre Levante (La Liga 2), Villarreal (La Liga) e Maiorca (La Liga), tendo encontro marcado, esta quarta-feira, com o Getafe (La Liga), nos oitavos de final.

Talvez por isso, a histórica presença de O Elvas nos quartos de final da Taça de Portugal, frente ao Tirsense – desde logo, é garantida a presença de uma equipa do CP nas meias-finais -, foi destaque também para lá da fronteira do Caia.

Os protagonistas, do técnico Pedro Hipólito ao avançado ganês Desmond Nketia, os segredos do tomba-gigantes e também as ideias e sonhos da administração da SAD, personificada pelo presidente Vincenzo Caci e pelo diretor-geral Gonçalo Piçarra, suscitaram, naturalmente, o interesse e curiosidade dos media de referência, mesmo que o foco do clube esteja de novo exclusivamente direcionado para o Campeonato de Portugal e para o jogo com Os Marialvas, em Cantanhede. Lutar pela subida de divisão é o objetivo.