O tema da pirataria no futebol não é novidade em Espanha, mas ganhou ainda mais dimensão esta semana quando Javier Tebas, presidente de La Liga, acusou Vinícius Júnior de ter recorrido a uma transmissão ilegal, através de VPN, para seguir o duelo desta semana do Real Madrid na Liga dos Campeões, diante do Liverpool.

Agora, é a própria La Liga que divulga mais dados sobre o fenómeno da pirataria e o impacto que tem em termos financeiros e com base num relatório recente do Escritório da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO). "A fraude audiovisual é um crime que gera perdas consideráveis para competições esportivas em todo o mundo. No caso do futebol espanhol, essas perdas são estimadas entre 600 milhões e 700 milhões de euros. O setor, que emprega mais de 190 mil pessoas e contribui com aproximadamente 8,4 mil milhões de euros para a economia do país — o equivalente a 1,44% do PIB da Espanha —, é extremamente impactado", pode ler-se no comunicado divulgado pela entidade que organiza o principal campeonato de Espanha.

Este comunicado revela ainda o que está a ser feito. "Recentemente, a 16 de novembro, a Guardia Civil espanhola bloqueou e desativou todos os canais da maior plataforma de streaming pirata do país, conhecida como Cristal Azul. Mais de 78 mil usuários acessavam ilegalmente partidas da LA LIGA, gerando um prejuízo superior a €42 milhões", acrescenta La Liga.

Indústria lucrativa

Ainda assim, o panorama continua a ser grave, de acordo com o mesmo relatório do EUIPO. "A fraude audiovisual é uma das indústrias ilegais mais lucrativas do mundo, ultrapassando até mesmo o tráfico de drogas em escala global. Estima-se que o impacto financeiro dessa prática atinja 10,5 mil milhões de euros até 2025, impulsionado pela rápida evolução dos métodos utilizados pelos piratas e pelos novos recursos tecnológicos empregados", garante este estudo.