No mesmo dia em que oficializou Portugal, Espanha e Marrocos como sedes do Mundial'2030, a FIFA também confirmou que o Campeonato do Mundo seguinte, em 2034, será disputado na Arábia Saudita, candidata única a receber a maior prova de seleções do planeta. Depois do certame no Qatar, em 2022, a competição regressará ao Médio Oriente ao fim de 12 anos e, com isso, voltam também os debates sobre as proibições em solo saudita e a forma como o país olha para os direitos humanos.
Como é referido num artigo do 'The Athletic', um dos temas que já foi explorado e que voltará certamente à baila é a questão do consumo de álcool no país, que se rege por leis conservadoras neste capítulo precisamente por ser uma nação muçulmana. Aliás, o consumo de álcool é mesmo proibido no islamismo, exceto em locais muito próprios, como certos bares, restaurantes e hotéis, onde é criaca uma autêntica 'bolha'. As punições para o consumo ou posse de álcool podem passar por multas, prisão, açoitamento público ou mesmo deportação. De acordo com a Reuters, a lei sofreu algumas reformas nos últimos tempos e o açoitamento público acabou por ser substituído por sentenças de prisão.
No caso do Mundial que foi disputado no Qatar, inicialmente foi determinado que os adeptos poderiam consumir álcool em áreas selecionadas nos oito estádios destinados a receber a prova mas, dois dias antes do arranque, essa medida caiu por terra. Devido ao acordo de patrocínio com a FIFA, só se vendeu Budweiser Zero, uma cerveja sem álcool, nos recintos desportivos. Veja-se o que acontece em alguns Grandes Prémios de Fórmula 1 no Médio Oriente, onde o habitual vencedor da corrida não bebe nem 'rega' a plateia com champanhe, mas sim com uma bebida gaseificada com água de rosas.
Quem visita a Arábia Saudita tem também que ter atenção às demonstrações de afeto em público, assim como fazer gestos rudes, tocar música alta ou fazer declarações políticas em tom de crítica. Existe também uma orientação em termos de vestimenta, na qual é referida que os turistas não devem usar roupas com fotografias, sinais ou frases que "violem a decência comum". Já para não falar dos relacionamentos LGBTQIA+, que são proibidos e passíveis de serem punidos com pena de morte.