Um dia depois de apresentar a proposta do OE2025 na Assembleia da República, o Governo corrigiu os valores da despesa prevista no setor do desporto para 54,5 milhões de euros, depois de ter anunciado 42,5 ME no documento inicial.
"Um dos pontos realmente muitíssimo importantes é que esta alteração que foi falada pelo Governo esteja plasmada no Orçamento General, esta retificação no orçamento geral que vai agora ser aprovada. Não deixar isso para a especialidade", disse Artur Lopes, à agência Lusa, após se ter reunido com os grupos parlamentares do CDS e do PS.
Nesses encontros, o COP manifestou "uma expectativa de que a verba para o desporto fosse maior" e requereu "que o dinheiro que vem para o movimento olímpico, para o desporto olímpico, para o desporto, tenha uma origem no Orçamento do Estado do erário público", não ficando tão dependente de outros fatores, como as verbas vindas dos Jogos Santa Casa.
Em setembro, numa receção aos atletas olímpicos e paralímpicos, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou a intenção de "fazer crescer acima de 20%" o valor alocado aos contratos-programas para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Los Angeles2028.
"Depois que nos façam compreender, porque a gente precisa de saber onde estão os 20% para a preparação olímpica, para o movimento olímpico e para olímpico. Não percebemos onde é que isso está e foi uma promessa do primeiro-ministro", questionou Artur Lopes.
O presidente do COP diz que manifestou ainda aos dois grupos parlamentares os estudos do organismo, que mostram que Portugal "está cada vez mais distante" da ambição de se aproximar da média europeia no apoio ao desporto.
Outra das preocupações demonstradas no parlamento foi a necessidade de haver "um aumento substancial das verbas para a luta antidoping", até porque o COP pugna por "um desporto limpo".
"Temos de ter um aumento também no setor da luta antidopagem, para que possa realmente resolver os problemas que são necessários. [Tem de se fazer] O número de análises que é necessário fazer para o laboratório não perder a acreditação, por exemplo. Além de que um reforço também das verbas para a ADoP [Autoridade Antidopagem de Portugal], de maneira a ter capacidade económica para pagar todos os elementos que são necessários para controlar os atletas quando seja caso disso, porque há médicos, há enfermeiros, há acompanhantes, há toda uma série de pessoas que têm que ser pagas para fazer esse trabalho", referiu.
O COP espera ainda a resposta das restantes forças políticas para ser recebido.