E ao fim de 11 temporadas… o Boavista volta a deixar o convívio dos grandes do futebol português. Quando, em 2014/2015, os axadrezados regressaram à Liga, tinha sido colocado um ponto final de uma história de terror que havia levado o clube ao Campeonato de Portugal (!), mas a verdade é que mesmo inundado de problemas o emblema do Bessa foi conseguindo, daí para cá, permanências atrás de permanências.

Os tumultos têm sido uma constante (também) na última década, mas o facto indesmentível é que o Boavista tem estado bem vivo, fruto de uma dedicação incansável de um conjunto de pessoa que teima em não desistir de devolver os portuenses à glória do passado. E, mais remendo, menos remendo, com ou sem proibição de inscrever novos jogadores, com mais ou menos dificuldades em fazer face a todos os compromissos financeiros, os axadrezados têm… sobrevivido. Na verdadeira aceção da palavra.

O programa para esta derradeira jornada não era, de todo, apetecível. Os portuenses tinham obrigatoriamente de vencer em Arouca e, em paralelo, esperar pelas derrotas de Farense e Aves SAD – desideratos que, de resto, aconteceram no Algarve e na Vila das Aves, com o Santa Clara e o Moreirense, respetivamente, a darem uma ajuda aos boavisteiros.

Mas ainda havia um fator de motivação extra para os do Bessa: o milagre conseguido na temporada passada, quando a salvação surgiu no último suspiro da derradeira ronda do campeonato. Na altura, um penálti convertido por Miguel Reisinho selou o empate (2-2) na receção ao Vizela e esse ponto garantiu a permanência na elite.

Desta feita, porém, não houve fé que valesse ao conjunto que acabou este trajeto às ordens se Stuart Baxter. Porque Miguel Puche (8’) e Alfonso Trezza (17’) deram dois tremendos socos no estômago dos nortenhos e, por consequência, nos milhares de adeptos que acompanharam a equipa na viagem até à Serra da Freita.

Robert Bozenik ainda deu um sinal de esperança (22’), mas Henrique Araújo demorou apenas três minutos a repor a diferença de dois no marcador.

Até final, houve transpiração (de ambos os lados), mas muito pouca inspiração - Dylan Nandín, já no último lance do desafio, pintou a goleada. O Arouca, completamente tranquilo, controlou, o Boavista, à beira de um ataque de nervos, apenas ameaçou. O cenário ficou mesmo todo negro e a pantera caiu no segundo escalão.

As notas dos jogadores do Arouca:

João Valido (6), Alex Pinto (6), Chico Lamba (6), Jose Fontán (6), Weverson (7), Pedro Santos (6), Taichi Fukui (6), Jason Remeseiro (6), Alfonso Trezza (7), Miguel Puche (7), Henrique Araújo (7), Brian Mansilla (5), Dylan Nandín (6), Matías Rocha (5), Mamadou Loum (-) e Amadou Dante (-)

As notas dos jogadores do Boavista:

Tomas Vaclik (4), Salvador Agra (4), Sidoine Fogning (4), Rodrigo Abascal (4), Filipe Ferreira (4), Marko van Ginkel (3), Seba Pérez (4), Abdoulay Diaby (4), Miguel Reisinho (5), Joel Silva (5), Robert Bozenik (5), Gboly Ariyibi (5), Pedro Gomes (4), Moussa Koné (-), Vitalii Lystsov (-) e Steven Vitória (-)

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