Como já teve oportunidade de ler no Record, Andrija Delibasic, antigo jogador montenegrino que representou Beira-Mar, Sp. Braga e Benfica, faleceu terça-feira, com 43 anos. O antigo avançado, que também teve carreira como treinador principal, lutou durante vários anos contra o cancro, depois de lhe ter sido descoberto um tumor no cérebro, ao qual foi operado.

Uma luta que começou em 2023, quando descobriu o problema que agora lhe ceifou a vida. Delibasic, campeão pelo Benfica na temporada de 2004/05, contou nessa altura, em entrevista ao 'Mundo Deportivo', que tentava levar "uma vida normal". Era diretor desportivo do Buducnost Podgorica e não sabia ainda se o problema se fiacava a dever ao futebol, reconhecendo que levou muitas pancadas na cabeça ao longo da carreira de futebolista.

"Estou há quase um ano com isto, desde que me deram o diagnóstico. A cada três meses tenho de fazer uma ressonância magnética à cabeça, para verificar se está tudo em ordem, e até agora está tudo bem", explicou o antigo avançado.

"Toda a gente me pergunta como pôde isto acontecer-me a mim, que sou um desportista. Mas há muitos casos de futebolistas e desportistas profissionais que sofrem de tumores cerebrais, há que viver com isto. Sinto-me forte, a minha família acompanha-me nesta luta. Sigo em frente e levo uma vida normal, trabalho e treino aquilo que posso no ginásio. Não jogo futebol", acrescentou, frisando que ainda estava em fase de recuperação.

"Não me deixei ir abaixo. Claro que é grave, mas fui muitas vezes operado durante a minha carreira e já recebi diagnósticos maus. Não sou de chorar e perguntar 'por que me aconteceu isto?'. Graças a Deus tenho amigos médicos no Montenegro e na Sérvia que são neurologistas, falei com eles. Disseram-me que tinha de fazer tratamentos de radioterapia e um pouco de quimioterapia. São comprimidos que terei de tomar durante vários anos. Não é agressivo, não me afeta, nada. Os resultados das minhas análises estão cada vez melhores, já são bons", registou.

Delibasic referiu também nessa entrevista de 2023 que os médicos não sabiam explicar se existia uma ligação da doença ao futebol. "Há médicos e cirurgiões que me dizem que pode ser um traumatismo de há uns sete ou oito anos que não sarou.  Ninguém me disse antes para fazer uma TAC à cabeça... Não se sabe, mas tive muitos duelos aéreos e recebi tantas pancadas na cabeça que pode ser do futebol. Partiram-me a cabeça umas 15 ou 20 vezes", reconheceu o antigo avançado.

E apesar das dificuldades, Delibasic garantia que estava apostar num estilo de vida mais saudável: "Não como carne nem bebo álcool. Não sei como isto soa, mas estes 7 meses foram os melhores da minha vida. Estou mais tempo com os meus amigos, com pessoas que me trazem coisas positivas, com a minha família. Tirei coisas boas desta situação."