Existia esperança: a tarde e os primeiros minutos deixaram água na boca. Estava montado um domingo desportivo à antiga. Contudo, passados 90 minutos, soube a pouco. Estrela da Amadora e Santa Clara empataram a zeros, na 23ª jornada da Liga Portugal Betclic

Após o triunfo no Bessa, José Faria lançou Chico Banza no lugar de Kikas, dois dos mais atrevidos no último encontro. Do outro lado, face ao castigo de Sidney Lima, Vasco Matos apostou no experiente Frederico Venâncio.

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Antes de nos debruçarmos sobre os acontecimentos relativos às quatro linhas, nota para a belíssima tarde na Reboleira. Sol, enchente de adeptos nas imediações do estádio, boa disposição e descontração; nas bancadas, miúdos, graúdos e cânticos com fartura. Tudo o que se quer numa tarde de futebol.

Posto isto, a partida estava impedida de desiludir e, efetivamente, os primeiros minutos cumpriram o desígnio.

Duas equipas com um simples, vincado e bastante óbvio desejo: vencer. Para isso, os açorianos apostaram nas saídas rápidas para o ataque e utilizaram a velocidade de Gabriel Silva - melhor elemento do primeiro tempo visitante. O extremo brasileiro foi a maior arma contra a defensiva tricolor - que o diga Miguel Lopes, que sofreu várias vezes na pele, mas conseguiu aparecer sempre a tempo de remedir a situação.

O Estrela não só respondeu como viveu o período de maior superioridade do primeiro tempo. A partir do quinto minuto, o conjunto da casa viveu 20 minutos de qualidade, a jogar mais perto da área adversária e a tentar visar a baliza de Gabriel Batista.

O perigo só não subiu de tom porque, antes da bola chegar ao guarda-redes, ergueu-se uma barreira defensiva na grande área, que desviou os perigosos remates de Amine e Rodrigo Pinho para fora do alvo.

Afinal, falso alarme

Bons indícios, que se acalmaram com o decorrer do tempo. Daí até ao regresso aos balneários, o encontro tornou-se mais físico, menos ritmado e disputado mais pelos ares. Consequentemente, ficou menos vistoso e entretido.

O recomeço foi semelhante ao desfecho do primeiro tempo: ritmo morno, duelo disputado devagar, devagarinho... e, às vezes, até parado, face às lesões que necessitaram de assistência médica - Amine, inclusive, foi obrigado a sair, com queixas físicas.

Para reavivar as intenções iniciais - vencer -, era preciso fazer mais. Foi o Estrela que mostrou iniciativa, sempre pelos pés de Diogo Travassos, dos melhores em campo. O jovem lateral vinculado ao Sporting tirou o cruzamento certeiro para a cabeça de Rodrigo Pinho; pouco antes de ser substituído, o avançado cabeceou tenso para uma grande estirada do guarda-redes adversário.

Foi, caro leitor, fogo de vista. A partida, ainda que com mais Estrela, foi disputada longe das balizas, sem grandes ocasiões para desatar o nó no marcador.

Desta forma, o Santa Clara, na quinta posição, sente o Casa Pia mais próximo. O Estrela, apesar de ter andado mais perto da vitória, conquistou mais um ponto na luta pela manutenção - 15º lugar, com mais dois pontos que o AVS.