A Controvérsia do Aerofólio Traseiro Suscita Debate Antes da Final em Abu Dhabi

O Diretor Técnico da Red Bull, Pierre Wache, reavivou as críticas ao flexível aerofólio traseiro da McLaren, uma inovação polémica utilizada anteriormente na temporada de Fórmula 1 de 2024. Apesar de a McLaren ter removido o design após um acordo com a FIA, Wache continua insatisfeito com a vantagem que este proporcionou, particularmente em circuitos chave como Baku e Monza.

A saga destaca os desafios contínuos na regulação da engenhosidade técnica num desporto onde a inovação frequentemente flerta com os limites da legalidade.


Uma Vitória Sob Escrutínio

O flexi-aerofólio traseiro da McLaren foi alvo de críticas após a vitória de Oscar Piastri em Baku, onde o plano superior do aerofólio traseiro do MCL38 foi observado a flexionar em condições de alta velocidade. Este movimento, argumenta Wache, criou um efeito semelhante ao DRS, aumentando a velocidade em linha reta da McLaren e conferindo-lhes uma vantagem significativa.

“Sem isso, em Baku, eles não vencerão. Até o nosso campeonato de construtores seria completamente diferente,” disse Wache à Racing News 365.

As frustrações da Red Bull são agravadas pelo facto de a vantagem de 21 pontos da McLaren sobre a Ferrari no Campeonato de Construtores—antes da final em Abu Dhabi—ter sido construída, em parte, com resultados de corridas onde o wing traseiro flexível foi utilizado.


Áreas Cinzentas da Regulamentação

Enquanto a McLaren cumpriu a exigência da FIA de remover o design do wing traseiro, Wache critica a supervisão que permitiu que fosse utilizado em primeiro lugar. “Algumas áreas cinzentas são tão atraentes para um engenheiro,” disse Wache, “mas quando se vê o wing traseiro da McLaren, lamento, mas é mais do que cinza.”

Os regulamentos técnicos da F1 exigem que as equipas provem a legalidade dos seus designs. Wache comparou a situação a controlos de velocidade, onde a aplicação depende de ser observado em pontos específicos. “Quando a polícia não vê, não significa que seja legal,” afirmou.


Uma História de Controvérsia

Wache também fez referência a controvérsias passadas, incluindo o design de unidade de potência contestado da Ferrari, para ilustrar como a exploração de lacunas técnicas pode perturbar a competição. “O que aconteceu com a Ferrari no passado… isso foi mais do que o limite. É frustrante para nós quando a polícia não faz o seu trabalho.”

Apesar das suas frustrações, Wache reconheceu que contornar as regras é “parte do jogo” na Fórmula 1, acrescentando: “Uma boa ideia é uma boa ideia, mas quando está fora do campo de jogo, não é correto.”


A Defesa da McLaren e um Campo de Jogo Equitativo

A McLaren defendeu a sua inovação como estando dentro das regras na altura da utilização. No entanto, o incidente intensificou os apelos por uma aplicação mais rigorosa das regulamentações técnicas para garantir uma competição justa.

Enquanto a Red Bull reflete sobre uma temporada em que as esperanças de campeonato dos construtores se desvaneceram cedo, a controvérsia do flexi-asa traseira serve como um lembrete de quão tênue pode ser a linha entre inovação e infração.


Quais os Próximos Passos para as Regulamentações da F1?

À medida que se aproxima 2025, a FIA enfrenta um escrutínio renovado sobre a sua capacidade de fiscalizar o panorama tecnológico em constante evolução da Fórmula 1. Com as equipas a ultrapassarem limites para obter até a mais pequena vantagem, garantir uma aplicação consistente e justa das regras será crítico para manter a integridade do desporto.

Por agora, a Red Bull terá de se contentar em ver a McLaren e a Ferrari lutarem pelo Campeonato dos Construtores—e ponderar o que poderia ter sido se todas as equipas tivessem jogado estritamente dentro do “campo de jogo.”