Inserida na ronda de despedidas institucionais levada a cabo por Fernando Gomes, ex-presidente da FPF, uma delegação de representantes de órgãos de Comunicação Social (A BOLA esteve representada pelo diretor-adjunto, Alexandre Pereira) esteve na Cidade do Futebol, onde lhe foi transmitido pelo homem que ocupou a principal cadeira da FPF durante mais de 13 anos, o agradecimento pela cooperação verificada. Hoje é divulgado um documento, a que A BOLA teve acesso, e que passa a apresentar, que sumaria o consulado de Fernando Gomes, que começou na Alexandre Herculano e terminou na Cidade do Futebol, entretanto enriquecida com um hotel, um pavilhão e um canal de televisão, numa sucessão de mandatos como não há memória no desporto nacional.  

TRABALHO FEITO

«A Direção presidida por Fernando Gomes tomou posse a 17 de dezembro de 2011. Nos treze anos que se seguiram, a FPF afirmou-se através de resultados desportivos e financeiros nunca antes alcançados, além de um crescimento sustentado a diversos níveis. A construção da Cidade do Futebol, recentemente alargada com a FPF Arena Portugal, é o ‘coração’ de uma Federação que cresceu em praticantes, seleções, competições, treinadores e árbitros. A criação da Portugal Football School, da Unidade de Saúde e Performance e do Canal 11 foram outros passos decisivos para fazer da FPF uma organização pioneirae dinâmica.

INTERNACIONALIZAÇÃO

O reconhecimento internacional do trabalho desenvolvido em Portugal traduziu-se na atribuição de vários eventos de escala mundial. A capacidade da FPF entregar serviços de excelência levou a UEFA a escolher o nosso País para a realização das suas competições mais importantes. Lisboa e Porto acolheram finais da Liga dos Campeões. Também se disputou a final da Champions feminina em 2014 (Estádio do Restelo) que volta agora em 2025 (Estádio José Alvalade). Portugal vai receber o Campeonato do Mundo de 2030, numa organização conjunta com Espanha e Marrocos, e candidatou-se ao Europeu feminino de 2029.

TÍTULOS CONQUISTADOS

Foram 18 títulos que Portugal conquistou no ciclo Fernando Gomes:

•8 de FUTEBOL DE PRAIA: Euro 2024, Euro 2021, Euro 2020, Mundial 2019, Euro 2019, Jogos Europeus 2019, Mundial 2015, Euro 2015

•6 de FUTSAL: Euro sub-19 2023, Finalíssima 2022, Euro 2022, Mundial 2021, Euro 2018, Jogos Olímpicos Juventude sub-19 feminino

•4 de FUTEBOL: Liga das Nações 2019, Euro sub-19 2018, Euro 2016 e Euro sub-17 2016

Neste período, Portugal esteve presente em 35 finais.

APESAR DA PANDEMIA

Entre as épocas 2011/12 e 2023/24, o futebol português tem testemunhado uma transformação sustentada, marcada pelo crescimento e desenvolvimento da competições organizadas pela FPF e pelas 22 Associações Distritais. A evolução sofreu um duro revés por causa da pandemia Covid-19 mas a recuperação foi notável. O aumento do número de competições é tão evidente, até na mais recente modalidade promovida pela FPF: o walking football.

EVOLUÇÃO METEÓRICA

Na época 2011/12 destacavam-se as seguintes provas: Taça de Portugal, Supertaça, Campeonato Nacional de Seniores e três competições de formação. Desde então, o número de competições organizadas pela FPF espelha um aumento de 33 provas. Na época passada, a FPF organizou 59 competições, resultando daí a realização de 10.732 jogos! No total da época passada disputaram-se 180.199 jogos de futebol, futsal e futebol de praia.

MAIS EQUIPAS

O número médio de equipas por clube inscrito em competições da FPF e das ADR’s aumentou ao longo das épocas, passando de 3,9 equipas para 5,7 equipas. Em termos globais, o número de equipas entre 2011 e 2020 aumentou 15 por cento. A evolução deste indicador evidencia a tendência de crescimento nos escalões mais jovens. Para esta evolução ,muito contribuiu a Certificação de Entidades e Clubes que disponibilizam formação a jovens praticantes até ao escalão de Sub-19. Na primeira época (2018/19) foram avaliadas 754 entidades. Em 2023/24, 1299 entidades concluíram o processo, sendo que 1.180 foram certificadas com 1 e 5 estrelas e outras como Centro Básico de Futebol e Futsal.

MAIS PRATICANTES

O aumento do número de praticantes foi compromisso assumido. Alinhado com esta estratégia foram implementadas diversas iniciativas, sendo o fundo de apoio Crescer 2024 uma das mais relevantes, além de outras inseridas no plano estratégico Futebol 2030.  A evolução deste indicador regista um aumento de 19 por cento nas últimas três épocas, sendo que não estão considerados os praticantes de recreação e lazer. Nesta altura da época, já foram superados os números com que foi fechada a temporada 2023/24, sendo que a tendência de crescimento aponta para que no final de 2024/25 a FPF ultrapasse os 250 mil praticantes. Os escalões mais jovens apresentam ritmos de crescimento superiores, destacando-se o escalão sub-7 que regista um aumento médio superior. Alargar a base é fundamental para ter mais qualidade no topo da pirâmide. O escalão sénior, o mais representativo em termos absolutos, registou um crescimento de 11 mil praticantes entre 2011 e 2024.

MAIS TREINADORES

O número total de treinadores (13. 158 em 2023/24) é o resultado da soma das renovações e das novas inscrições, mantendo-se linear ao longo das épocas a representação destas variáveis sobre o total. Em 2021/22 a representatividade das renovações caiu para 53 por cento, enquanto as novas inscrições alcançaram 47 por cento, reflexo dos efeitos do Covid-19, duplicando o valor em relação a 2011/12. O número total de treinadores (13. 158 em 2023/24) é o resultado da soma das renovações e das novas inscrições, mantendo-se linear ao longo das épocas a representação destas variáveis sobre o total.Em 2021/22 a representatividade das renovações caiu para 53 por cento, enquanto as novas inscrições alcançaram 47 por cento, reflexo dos efeitos do Covid-19, duplicando o valor em relação a 2011/12.

INVESTIMENTO NA ARBITRAGEM

Desde a época 2012/2013, a FPF investiu mais de 86,6 milhões de euros em arbitragem. Esses recursos foram alocados essencialmente em honorários pagos a árbitros. Foram também utilizados em vários programas que visam aprimorar a formação, o recrutamento e a retenção de árbitros, bem como promover a arbitragem Feminina, contribuindo para o crescimento e a melhoria do setor. As campanhas de recrutamento de árbitros – Vem Arbitrar Faz parte do Jogo – tiveram forte impacto no crescimento registado.

FUTEBOL FEMININO

Até esta data, o investimento total da FPF destinado ao desenvolvimento do futebol feminino ascendeu a 62,7 milhões de euros, abrangendo todos os fundos de apoio ao Feminino, os montantes resultantes da aplicação de resultados anuais da FPF e os gastos suportados pela FPF. Tem sido notório o crescimento do número de praticantes no sector feminino, bem como de treinadores e dirigentes. Pela primeira vez, as praticantes femininas vão superar o marco das 20 mil, três vezes do que eram em 2011/12. Neste momento – fevereiro de 2025 – o crescimento em relação ao período homólogo de 2024 está na ordem dos 13,6 por cento.

MAIS ATIVOS

A evolução dos ativos da FPF apresenta um crescimento positivo acentuado (aumento de 42,6 milhões de euros em 1 de julho de 2011 para 167,6 milhões de euros em 30 de junho de 2024). A progressão de rendimentos ao longo dos anos segue uma linha tendencialmente crescente. Entre a primeira época analisada e 2023/24, os rendimentos mais que triplicaram. A atividade desportiva (com maior relevância quando da realização de fases finais), as apostas desportivas e os patrocínios têm forte impacto nestes rendimentos. Após as renegociações efetuadas com diversos parceiros, os rendimentos de publicidade e patrocínio alcançarão um montante de 31,2 milhões de euros na época 2029/2030, representando um aumento de mais de 70 por cento num período de 6 anos. Valores que resultam da centralização de direitos da Seleção Nacional A masculina e da venda dos direitos da Taça de Portugal e da Supertaça, caminho que já começou a ser percorrido pela Seleção Nacional A feminina.

SEMPRE NO ‘VERDE’

Todos os exercícios nos mandatos de Fernando Gomes tiveram resultados positivos. A FPF, por decisão da sua Direção e aprovação em Assembleia Geral, destinou parte dos lucros ao desenvolvimento do futebol não profissional com a criação de fundos de apoio aos clubes e às associações. As Seleções Nacionais têm vindo a representar uma parcela cada vez mais significativa na estrutura de gastos da FPF. O investimento da FPF tem registado um aumento contínuo ao longos das últimas épocas, tanto no futebol masculino como no feminino.

GASTOS

No capítulo dos gastos, a maior parcela é com as seleções, sendo de notar o crescente investimento da FPF nas Seleções femininas, cujo número aumentou de oito para 14 equipas nacionais, passando de um gasto de 2,1 milhões de euros em 2012/13 para 9,8 milhões de euros na época passada. Os gastos em cada temporada estão também muito relacionados com as participações em fases finais de competições internacionais. Em 2011 havia 14 seleções, atualmente são 30.

FUNDOS DE DESENVOLVIMENTO

Ao longos das épocas em análise, a FPF criou fundos de apoio monetários direcionados tanto para o desenvolvimento da prática desportiva como de apoio social, realizando múltiplos projetos alinhados com os seus pilares estratégicos. Estes fundos de apoio permitiram a execução de importantes iniciativas- investimento em infraestruturas, promoção da participação feminina, modernização das Associações Distritais e outros projetos com impacto no desenvolvimento do futebol em Portugal.

MAIS COLABORADORES

Observa-se uma taxa de crescimento contínua no número de colaboradores, assinalando-se um salto maior em 2019/20, época em que foi lançado o Canal 11. Os gastos com pessoal representam 18 por cento do total de rendimentos. No entanto, comparativamente

a 2011/12 regista-se um decréscimo nesse rácio (era 21 por cento) com a grande diferença no valores das receitas: há 13 anos eram 35 milhões de euros e atualmente o valor ultrapassa os 122 milhões de euros.»