Rúben Semedo, central português que atua no emblema catari Al-Khor, concedeu, esta sexta-feira, uma longa entrevista ao jornal espanhol Marca sobre a sua carreira, onde também abordou as peripécias que vivenciou fora das quatro linhas - tal como também referiu em entrevista em zerozero. O experiente atleta de 30 anos falou sobre o período mais complicado da sua vida e referiu que esteve «perdido» e rodeado de pessoas erradas.
«Estava perdido, passei de ganhar 10 mil para 100 euros. Sempre disse que a culpa era minha, não escolhi as melhores pessoas para estarem ao meu lado. Não me arrependo, isso fez-me crescer e aprender», começou por dizer.
«Estava sempre à procura de saídas, para festas, para comer, e estava sempre à procura de pessoas que estivessem nesse ambiente. Sair não é uma coisa má, mas muitas pessoas nesse tipo de ambiente vivem disso. São parasitas, aproveitam-se dos outros. O meu erro foi não saber distinguir as pessoas boas das más.»
Questionado sobre o tempo em que esteve preso, em 2018 - recorde AQUI os motivos -, Rúben Semedo destacou o apoio do «irmão» Gelson Martins - o único que o visitou na prisão.
«Medo? Sim, desde o primeiro dia. Era algo a que não estava habituado, muito assustador. Vi muitas coisas. Recebi muitas cartas lá dentro, mas quando saí senti o apoio de muitos colegas. Tenho um grande amigo que jogou no Atlético de Madrid, o Gelson Martins. Veio visitar-me. Foi o único dos meus companheiros de futebol. Não é um colega de equipa, é meu irmão. Gosto muito dele», contou.
«Ele veio de surpresa e foi muito complicado. Vê-lo e não poder tocar nas pessoas que amamos. É sempre o mais complicado. E pior: eu não podia falar e ele não podia falar. Podíamos falar, mas não era possível. Não conseguíamos que as palavras saíssem. Foi algo muito frio.»
Recorde-se que, em Portugal, Semedo representou - como sénior - Sporting, Vitória FC, Rio Ave e FC Porto. No que toca a experiências fora de portas, o central conta com passagens por Espanha - CF Reus, Villarreal e Huesca -, Grécia - com as cores do Olympiacos - e, mais recentemente, pelo Catar.