Na ausência do campeão em título, Tadej Pogacar, que esta temporada preferiu 'entreter-se' nas clássicas em vez de defender o cetro conquistado com um domínio avassalador -- venceu ainda seis etapas e a classificação da montanha - no ano passado, é outro esloveno o favorito número um, curiosamente o dorsal que vai envergar nesta edição, que arranca na sexta-feira, em Durrës, na Albânia.

Aos 35 anos, Primoz Roglic parece ter-se finalmente 'conformado' com a ideia de que dificilmente ganhará a Volta a França, uma 'obsessão' de que abdicou ao apostar tudo neste Giro, onde procurará o 'bis', depois de ter triunfado há dois anos, diante de Geraint Thomas e João Almeida.

Esta época, o vencedor em título da Vuelta -- prova de que é recordista de vitórias ex aequo, com quatro -- correu pouco e nem sempre foi convincente, apesar de ter ampliado ainda mais o seu palmarés nas principais corridas por etapas com o triunfo na Volta à Catalunha, onde conquistou ainda duas etapas, além de todas as classificações, depois de ter sido apenas oitavo no Algarve.

A idade começa a 'pesar' ao esloveno, que, contudo, tem uma superequipa a rodeá-lo na edição que estará na estrada entre sexta-feira e 01 de junho, contando com outro antigo vencedor da 'corsa rosa', o australiano Jai Hindley (2022), e com o vice-campeão da passada edição, o colombiano Daniel Martínez, como escudeiros.

A Red Bull-BORA-hansgrohe 'rivaliza' em poderio com a UAE Emirates, que decidiu dividir a liderança entre Juan Ayuso, o polémico jovem espanhol de 22 anos, que este ano ganhou o Tirreno-Adriático e foi segundo na Catalunha, e o experiente Adam Yates, terceiro na Volta a França em 2023.

Outro Yates, no caso Simon, o terceiro classificado de 2021, é a aposta da Visma-Lease a Bike para um bom resultado na geral, embora a formação neerlandesa pareça mais construída para devolver a confiança a Wout van Aert, que se estreia no Giro aos 30 anos, numa altura em que ainda procura a primeira vitória da temporada.

Dividida será também a liderança da INEOS, que alinhará com o neerlandês Thymen Arensman, sexto classificado nas duas últimas edições, e Egan Bernal, o colombiano que estará pela segunda vez na prova italiana, depois de ter vencido em 2021 e de ter superado um longo calvário após ter chocado contra um autocarro no início de 2022.

Entre os antigos vencedores que alinham na 108.ª edição contam-se também o equatoriano Richard Carapaz (EF Education-EasyPost), vencedor em 2019 e segundo em 2022, e o colombiano Nairo Quintana (Movistar), campeão no distante ano de 2014.

Além destes nomes que já sabem o que é vestir a 'maglia rosa' no pódio final a lista dos pretendentes a um lugar de destaque na 108.ª edição inclui ainda o espanhol Mikel Landa (Soudal Quick-Step), duas vezes terceiro, e o promissor Antonio Tiberi, 'escudado' na Bahrain Victorious pelo único português presente, o estreante Afonso Eulálio, mas também pelos experientes Damiano Caruso, vice-campeão em 2021, e Pello Bilbao.

Os franceses David Gaudu (Groupama-FDJ), outro que largou a 'fixação' pelo Tour para se estrear no Giro, e Romain Bardet (Picnic PostNL), na sua despedida das grandes Voltas, ou o canadiano Derek Gee (Israel-Premier Tech), vencedor d'O Gran Camiño, são ciclistas a ter em conta para a geral, enquanto outros há que serão protagonistas em etapas.

É o caso do britânico Thomas Pidcock, o atual bicampeão olímpico de XCO que 'valeu' um convite da organização à Q36.5, do dinamarquês Mads Pedersen (Lidl-Trek), um dos destaques na temporada de clássicas, ou do neerlandês Olav Kooij (Visma-Lease a Bike), um dos principais sprinters do pelotão.

AMG // JP

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