A piscina da La Défense Arena não arrisca ter um nadador salvador a espetar uma bandeira vermelha na sua borda como sinal de impedimento de ir a banhos. Seria limitativo para o normal funcionamento dos Jogos Paralímpicos que isso acontecesse. A água é calma como em todas as competições deste género. Acontece que os portugueses, numa simples tarde, causaram ondas de entusiasmo e fica o aviso para quem andar perto delas. Tomás Cordeiro, Daniel Videira e Diogo Cancela disputaram três finais, fazendo lembrar os grandes países que em competições da magnitude dos Jogos Paralímpicos colocam embaixadores em todas as provas.

Tomás Cordeiro foi o primeiro a disputar a sua corrida, ficando em oitavo na prova 200 metros estilos (SM10). Considera que o tempo (2:21.03) não foi o que estava à espera. “Entrou-me água para os óculos e fui-me um bocadinho abaixo”, lamentou. Ainda assim, considera que fez uma “boa” final e que representar Portugal é “sempre maravilhoso”. No futuro, vai dar “sempre o melhor” para “conseguir melhores tempos”. Aos 20 anos, o nadador estreou-se nos Jogos Paralímpicos com um diploma.

Daniel Videira atingiu o mesmo resultado que o compatriota. O lisboeta também ficou em oitavo lugar, mas nos 100 metros costas (S6) com um tempo de 1:22.69. No caso do atleta de 32 anos, este é o segundo diploma. Em Tóquio, Daniel ficou em sexto nos 400 metros livres (S6). O fim da participação nos Jogos Paralímpicos significa que é hora de “pensar na carreira”. “Este ciclo tem sido muito difícil e tem sido cada vez mais difícil estar a melhor nível”. No entanto, caso se sinta “competitivo” e com capacidade para “disputar grandes lugares”, vai “trabalhar para isso”.

A Diogo Cancela seria difícil pedir um feito ainda mais grandioso do que a medalha de bronze conquistada nos 200 metros estilos (SM8). Ainda assim, também chegou longe nos 100 metros mariposa (S8). Numa prova em que o grego Dimosthenis Michalentzakis foi desclassificado, o conimbricense ficou em sétimo (1:06.13), assegurando que a quantidade de souvenirs que leva de Paris é maior do que os que trouxe no Japão. Nessa ocasião, o melhor resultado que conseguiu foi um oitavo lugar nos 200 metros estilos (SM8). Diogo Cancela assume que queria “um lugar mais alto na final”, mas sentiu o “cansaço durante a prova” mesmo que tenha dado “tudo o que tinha”.

Portugal soma agora 17 diplomas e sete medalhas nos Jogos Paralímpicos de Paris.