Ainda em vida, Pinto da Costa, escreveu no seu livro Azul até ao Fim que não queria ninguém da nova direção do FC Porto no seu funeral. André Villas-Boas, presidente dos dragões, foi questionado se iria marcar presença nas cerimónias fúnebres e afirmou que é sua vontade fazer cumprir o desejo do antigo líder portista.

«É um momento um pouco sensível, tenho muito apreço por Pinto da Costa e pela declaração que teve. Não quero hostilizar o momento solene a estar aqui a tentar ir contra a sua palavra. Foi uma palavra direta e clara, pretendo respeitá-la e assim será também se o cortejo fúnebre se deslocar ao Dragão. Repensarei se a família assim quiser, mas foi palavra dita ainda em vida e tenciono respeitá-la», disse André Villas-Boas à saída do Estádio do Algarve, local onde, este domingo, o FC Porto venceu o Farense por 01.

Aos jornalistas, o presidente dos azuis-e-brancos, confirmou que a equipa de Martín Anselmi vai regressar ao Porto de avião e ainda nesta noite de domingo vai passar pelo velório que acontece na Igreja das Antas: «A equipa vai prestar homenagem chegando ao Porto. E amanhã também estará no funeral. Vamos ter todos muitas saudades, será para sempre o presidente dos presidentes, traz muitas e boas memórias, não só de vitórias, mas de ironia, sagacidade, palavra e capacidade de fazer os portistas sonharem mais alto.»

Villas-Boas foi mais longe e disse que o FC Porto disponibilizou o Estádio do Dragão para ter a urna: «Gostávamos muito de ter Pinto da Costa connosco, evidentemente temos de respeitar a vontade da família. Temos estado em contacto no sentido de garantir que pelo menos os portistas se possam despedir uma última vez. Compreendendo o momento de dor para toda a nação portista, mas principalmente para a família. Dar espaço à Joana e ao Alexandre para decidirem em conformidade e pensarem o que é melhor para o seu pai.»

O dirigente portista afirmou ainda à comunicação social saber que o cortejo fúnebre vai passar pelo dragão, depois de descer a Alameda: «Gostávamos muto que entrasse e o presidente estivesse no estádio que construiu, tocando o hino do FC Porto nesse momento. É o máximo respeito que lhe podemos prestar.»