Ainda no seguimento da conferência de imprensa de apresentação de Martín Anselmi, André Villas-Boas explicou os motivos que levaram à contratação do treinador argentino, bem como o processo de mudança e o possível litígio com o Cruz Azul para a transferência do técnico.

Exigência do clube: «Há uma mudança que acontece a meio da época, essas mudanças por noras provocam mais efeitos psicológicos do que mudanças que são profundas. Há que deixar o Martin desenvolver o projeto de jogo, atacar esta fase final do mercado, saber o que a equipa aos seus olhos o que a equipa pode precisar. Falou-se ontem com a estrutura desportiva para saber se havia razões ou não para irmos ao mercado.

Estamos aqui para trabalhar e colaborar com ele. Todos ambicionamos troféus, se for esta época, melhor, vivemos com esse sonho. Ontem, perdemos uma oportunidade, mas não perdemos a esperança. Não queria com esta inauguração do museu causar-lhe tanta pressão sobre o futuro mas esta é a dimensão do clube que tem nas mãos, dos melhores clubes internacionais. Vai disputar o Mundial de clubes, o que é uma honra para nós.»

Litígio com o Cruz Azul?: «Tivemos um interesse na contratação do Martín, comunicámos esse interesse, ele também o fez. Entrámos num processo de negociação. Eu, com o presidente, ele com o diretor desportivo. Chegámos a um acordo quanto à sua saída e, depois, houve um silêncio por parte do Cruz Azul que não conseguimos compreender.

Demos seguimento à sua contratação, o que valida para nós a rescisão do contrato anterior. O Cruz azul sentir-se-á de outa forma, sendo que o processo vai seguir as trâmites normais e veremos até onde nos leva. Hoje, o Martín virou a página e tornou-se treinador do FC Porto.»

Necessidade de mudança?: «Acho que há características emocionais do Martín que são claras, como o seu foco e comunicação. A ambição é evidente e clara. Depois, há a parte técnica e tática, a sua história, um aprendiz do jogo, apaixonante e parecida com a minha. Ele treinava os seus colegas, eu os miúdos das camadas jovens do FC Porto.

Enquanto presidente, mudar um treinador a meio da época jamais estava nas minhas expetativas, compreendo que é uma ferida que se abre no clube e nas pessoas. O meu respeito ao Vítor Bruno pelo seu trabalho, queremos muito lutar e competir pelos títulos. É isso que queremos que o Martín faça. Com toda esta paixão que transmite, estamos seguros que no Olival vai mexer com muita gente.»