O chinês Zhao Xintong tornou-se, na segunda-feira, o primeiro asiático campeão mundial de snooker, ao vencer na final o galês Mark Williams, detentor de três cetros (18-12), em Sheffield, na Inglaterra, sucedendo ao inglês Kyren Wilson no palmarés.

No Crucible Theatre, o templo da modalidade, que acolheu quatro sessões repartidas por dois dias, Xintong impôs-se a Williams, sexto colocado do ranking internacional, que, aos 50 anos, alcançou a decisão pela quinta vez e procurava ser o mais velho a conquistar a principal prova planetária, na qual triunfou em 2000, 2003 e 2018 e foi segundo em 1999.

O galês nunca conseguiu inverter a desvantagem sofrida na sessão inicial do duelo (7-1), disputado à melhor 35 'frames', apesar de ter criado alguma incerteza, ao reduzir de 17-8 para 17-12 já na quarta e última parte, quando Zhao estava a um triunfo de fazer história.

O esquerdino, que celebrou 28 anos em 03 de abril, é o terceiro a erguer o cetro após ter passado pela qualificação, replicando os feitos do galês Terry Griffiths (1979) e do inglês Shaun Murphy (2005), numa edição em que deixou para trás o galês Jak Jones, finalista em 2024, na primeira ronda do quadro principal, e o inglês Ronnie O'Sullivan, sete vezes campeão e um dos dois recordistas de êxitos na era moderna do Mundial, já nas 'meias'.

Zhao Xintong atuou na condição de jogador não profissional

Zhao Xintong, antigo número seis do ranking, atuou em Sheffield na condição de jogador não profissional e superou quatro rondas de qualificação, após ter estado envolvido num esquema de manipulação de resultados na China, o maior mercado televisivo do snooker a nível global, recebendo uma suspensão de 20 meses, cumprida até setembro de 2024.

O vencedor da edição 2021 do UK Championship - uma das três competições da 'tríplice coroa' do snooker, a par do Campeonato do Mundo e do Masters - vai voltar ao principal circuito profissional a partir da próxima temporada, na sequência de um inédito triunfo no Mundial, no qual tinha sido eliminado na primeira ronda em 2019 e na segunda em 2022.

Se Xintong é o 24.º jogador distinto a lograr o troféu, a China juntou-se à Bélgica entre os únicos países não pertencentes à Commonwealth presentes no palmarés da prova, que teve a sua edição inaugural em 1927 e entrou na era moderna em 1969, ao passar a ser realizada através de eliminatórias, antes de se estabelecer no Crucible Theatre em 1977.

Antes de Zhao Xintong, o único chinês e asiático a tornar-se finalista do Campeonato do Mundo foi Ding Junhui, antigo líder da hierarquia internacional e principal referência da modalidade na sua nação, que foi derrotado por 14-18 pelo inglês Mark Selby em 2016.

Com Lusa