
O escritor e jornalista angolano, José Luís Mendonça, lamentou a ausência de impacto da literatura na governação de Angola e admitiu que já sofreu ameaças pelas opiniões e obras que publica.
“Acho que tenho o direito de defender o meu povo. Nunca pertenci ao Governo, sempre fui um trabalhador, eu chamo-me um intelectual proletário e, eles não têm muito por onde me pegar”, declarou o romancista.
José Luís Mendonça afirmou que não cometeu nenhum crime contra o seu povo e, portanto, tem o direito de falar sobre o que está mal. “Ando livremente pela rua, praticamente eu não tenho medo, [pois] não devo nada a ninguém e não roubei nada do Estado”.
Na sequência da actividade intelectual que desenvolve, o escritor e jornalista admitiu sofrer “muitas ameaças”. “Ameaças pelo telefone que são enviadas para um familiar meu a dizer que me vão matar”, explicou.
Segundo a Lusa, para o ex-adido de imprensa da UNICEF em Luanda, “há muita repressão e a tortura pratica-se extrajudicialmente” no país.
“As práticas de tortura e de prisões arbitrárias, embora numa escala reduzida, continuam. Continua a haver uma repressão em Angola que se assemelha em certo grau à repressão do tempo colonial”, disse.