
"Tarifas de 25% sobre as exportações de automóveis e de 10% sobre todos os outros bens são um enorme desafio para o nosso futuro e as consequências económicas mundiais podem ser profundas", afirmou, durante um discurso esta tarde numa fábrica da Jaguar Land Rover (JLR) em Solihull, no centro de Inglaterra.
Além de permitir a venda de automóveis híbridos até 2035, mais cinco anos do que os automóveis com motores de combustão (gasolina e gasóleo), reduziu as multas para construtores que não cumpram as metas para comercialização de veículos elétricos.
Marcas especializadas, como a McLaren e a Aston Martin, também vão ser autorizadas a produzir um número reduzido de automóveis com motores de combustão depois de 2030.
Os EUA representam cerca de 10% do total das exportações britânicas no setor automóvel, pelo que as tarifas representam um risco para a indústria que movimenta 19 mil milhões de libras (22,2 mil milhões de euros) e emprega 152 mil pessoas no país.
No sábado, a Jaguar Land Rover anunciou a suspensão das entregas nos EUA durante abril enquanto analisa o impacto das tarifas anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
O plano revelado hoje pelo Governo foi elogiado pelos construtores de automóveis, mas criticado por organizações ambientalistas, que receiam que atrase a transição energética necessária para combater as alterações climáticas.
O Governo britânico está há várias semanas a negociar intensamente com Washington na tentativa de chegar a um acordo que possa anular a totalidade ou parte destas taxas.
"Só vamos fechar um acordo se for do nosso interesse nacional", vincou hoje Starmer, que disse estar a trabalhar com os outros países para "reduzir as barreiras ao comércio em todo o mundo e acelerar acordos".
Entre o final da semana passada e durante o fim-de-semana, Keir Starmer falou com líderes da Austrália, Itália, França, Alemanha, Canadá e da União Europeia.
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Lusa/fim