
O diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, confirmou esta segunda-feira à agência Lusa que há lojas que estão a encerrar por segurança, mas a situação não é igual em todo o país, esperando que dentro de poucas horas tudo volte ao normal.
"Esta situação inédita que estamos a viver, de facto, tem levado a que algumas lojas optem por uma questão de segurança", em primeiro dos trabalhadores, dos clientes e consumidores, e também no caso dos supermercados, segurança alimentar, "por fechar as portas", disse o responsável da APED.
"A boa notícia é que nos associados da APED temos muitos com operações fora do país, nomeadamente em Espanha, onde também tivemos um problema de fornecimento de energia, mas estamos a verificar que já estão a ser repostos estes fornecimentos e consequentemente também já estão a ser reabertas as lojas", acrescentou Gonçalo Lobo Xavier.
O responsável explicou que esta "não é uma situação igual em todo o país, isto é, há zonas do país onde se está a optar pelo encerramento das lojas e noutras em que as infraestruturas são diferentes, apesar da maioria" dos associados da APED terem geradores, mas por uma questão de segurança e relacionada com o próprio tráfego, "algumas lojas foram encerradas".
Agora, "o que esperamos, e é um sinal positivo, é que com a reposição de energia que estamos a ver noutras regiões de Espanha, também em Portugal, dentro de poucas horas a situação volte ao normal", acrescentou.
Do ponto de vista de fornecimento de produtos, "há muito que todos os retalhistas estão preparados para situações de emergência, mas felizmente tudo indica que dentro de poucas horas toda a situação esteja reposta e voltemos ao normal das operações", concluiu.
Prateleiras vazias: “Pessoas estão a reagir por falta de conhecimento”
Entretanto, houve nova corrida aos supermercados, multibancos, postos de combustível. Em declarações à SIC, André Morais, especialista em Proteção Civil, defendeu que, enquanto sociedade, se este tipo de situações tivesse sido preparada nos últimos anos, “íamos estar hoje mais capacitados”.
“Vemos pessoas nos supermercados a comprar recursos, a querer ir colocar combustível, levantar dinheiro. As pessoas estão a reagir com impulsividade por falta de conhecimento”, sublinha.
Enquanto sociedade, se este tipo de situações tivesse sido preparada nos últimos anos, “íamos estar hoje mais capacitados”, acrescentou, lamentando ainda que não tenhamos “uma mochila de sobrevivência que seja de capaz de dar resposta”.
Eram cerca das 11h30 desta segunda-feira quando um apagão geral deixou Portugal (e outros países europeus) às escuras. A situação está a afetar o normal funcionamento de serviços essenciais como hospitais, aeroportos, transportes e telecomunicações. A origem? Ainda é desconhecida e pouco se sabe também sobre quando será resposta a normalidade.
O primeiro-ministro Luís Montenegro garante que a expectativa é que a energia seja restabelecida “ainda hoje”. Sobre se essa reposição será total, o primeiro-ministro garante que as autoridades estão a trabalhar nesse sentido.