
A Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER), Mayra Pereira, considera que Moçambique pode, juntamente com o Brasil, liderar a estratégia de transição energética entre os países falantes de língua portuguesa.
“A estratégia de cooperação energética terá que ter alguns líderes e Moçambique, por exemplo, deve ou pode posicionar-se como um dos líderes na estratégia de transição, de modo a passar essa informação aos outros países”, declarou recentemente, em Maputo, a presidente da ALER, Mayra Pereira.
Mayra Pereira falava à margem de uma mesa-redonda com o tema: “Roteiro de Cooperação 2030 de Energia e Clima na CPLP”, evento paralelo à conferência empresarial sobre as energias renováveis, um dos maiores fóruns sobre energias limpas no país.
De acordo com a representante, a nível dos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Moçambique e o Brasil são países que apresentam estratégias de transição energética “robustas”, com algumas “vantagens competitivas”.
“Temos aqui uma grande vantagem, é que todos falamos português. Então neste momento o que estamos a tentar fazer é garantir que nas áreas que tem vantagem competitiva, por exemplo Moçambique e o Brasil, tendo uma estratégia de transição energética robusta, nós podemos apoiar os nossos países irmãos a caminharem na mesma direção”, afirmou.
Mayra Pereira explicou ainda que alguns países lusófonos não têm estratégias para transição energética.
“Se os países de expressão portuguesa tiverem acesso à informação que já está produzida para Moçambique e para o Brasil, já têm uma boa base para ver como construir a sua própria narrativa, no seu próprio contexto”, acrescentou a responsável, citada pela Lusa.
Por outro lado, segundo Pereira, entre os países da CPLP que já possuem estratégias, persistem ainda desafios na sua implementação, com destaque para “barreiras a nível regulatório e de financiamento”.