O ouro é a intemporal preciosidade e entre o saudosismo das nobres e requintadas peças tradicionais, nos dias de hoje, este continua a ser um investimento com valorização garantida.

"As pessoas que procuram investimentos normalmente procuram peças mais pesadas, procuram os cordões, que são peças com pouca mão de obra mas são perfeitos, bem feitos, procuram também muito as libras, a utilização de brincos de libras, medalhas de libras, e procuram acima de tudo, peças com arte, peças com história, como por exemplo a filigrana contemporânea", diz Carlos Tavares, dono de uma ourivesaria.

Esta semana a cotação do ouro registou um novo máximo histórico, ultrapassando os 2.700 euros por onça. Desde o início do ano, o preço do metal precioso subiu 7%, e o aumento do preço da matéria prima tem obrigado a ajustes no mercado.

"As nossas margens vão reduzindo à medida que o metal vai aumentando, precisamente porque o desfalque também acaba por ser maior e a perda é maior. No entanto, nós temos que ir ajustando os preços da nossa mão de obra para que possamos manter a nossa margem bruta", adianta João Faria, Presidente da Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal.
"Fomos adaptando também, diminuindo, como é óbvio, com as nossas margens, mas também fazendo peças mais leves. As pessoas hoje gostam de desenhos muito mais minimalistas, muito mais simples, já não querem peças com tanto desenho, e isso também nos facilitou, porque aí conseguimos retirar algum peso do metal na joia final.", complementa Carlos Tavares, dono de uma ourivesaria.

O metal precioso já não é tão popular como no passado, quando oferecer uma peça de ourivesaria a um bebé, por exemplo, era uma tradição de família e de poupança. Mesmo assim, o segmento de luxo alavanca as vendas do setor, que continua a crescer.

"Nós fechámos o ano com um crescimento neste caso de 15%, portanto não sentimos de todo esta subida do metal como fator influenciador no consumo", diz João Faria, Presidente da Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal.
"Aqueles que têm acesso a ele (ouro), querem-no ter como produto de luxo, como produto histórico, como produto cada vez mais exclusivo, porque a ourivesaria é cada vez mais uma peça de exclusividade.", diz Carlos Tavares.

Apesar da compra de ouro já não ser tão popular como no passado, se o objetivo é fazer um investimento financeiro, a melhor alternativa são as barras de 24 quilates.

Num momento de incerteza, em que estamos perante uma possível guerra comercial entre EUA e China, e descida das taxas de juros do BCE, o ouro surge como o refúgio seguro dos investidores.