Este ano, os portugueses pretendem comprar menos presentes de Natal, mas gastar mais dinheiro por causa do aumento dos preços. Os dados são de um estudo realizado pelo Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM).
Em média, os portugueses contam gastar 392 euros, mais 10% do que no ano passado. Dos inquiridos, cerca de 42,6% pretendem reduzir os custos totais e 34,4% vão cortar no número de presentes e na lista de pessoas a quem oferecê-los.
O estudo "Compras de Natal", do IPAM, revela que, no que respeita aos presentes de Natal, os brinquedos para crianças até aos 12 anos lideram as preferências dos consumidores, seguidos de roupa e calçado.
"Para adolescentes, as escolhas recaem sobre roupa/sapatos (35%) e jogos eletrónicos (18%). Já para adultos, os destaques vão para roupa/sapatos (24%) e acessórios (20%)", indica o estudo.
Uma vez que em Portugal existe também uma tradição "à mesa", 57% dos portugueses inquiridos planeiam adquirir produtos específicos da quadra natalícia, como por exemplo o bacalhau ou o bolo-rei.
Mafalda Ferreira, docente e coordenadora da licenciatura em Gestão de Marketing no IPAM Porto, e responsável pelo estudo, diz que os resultados do estudo, realizado pelo 16.º ano consecutivo, mostram "como a conjuntura económica está a moldar os hábitos de consumo dos portugueses, mesmo numa época tão marcante como o Natal".
"Embora o valor médio gasto tenha aumentado 10% face a 2023, isso não reflete maior poder de compra, mas sim a pressão do aumento dos preços. O que é particularmente interessante é o modo como os consumidores estão a priorizar: focam-se em crianças e familiares diretos, enquanto ajustam as despesas para manter as tradições sem comprometer o orçamento" afirma.