A Revolut está a contratar uma centena de novos funcionários bancários, desde analistas regulamentares a controladores de riscos financeiros, enquanto se prepara para deixar para trás os limites impostos pelo banco central do Reino Unido às suas operações.

O neobanco obteve a sua licença restrita no verão passado e prepara-se agora para ver alargada a sua licença para banco de pleno direito, informa a Bloomberg nesta quinta-feira.

Desde que obteve a sua licença restrita, a instituição já construiu a sua unidade bancária no Reino Unido, passando de uma equipa de 35 para mais de 100 pessoas através de contratações e transferências internas, disse Francesca Carlesi, diretora executiva da Revolut no Reino Unido, numa entrevista à Bloomberg.

Até ao final do ano, o banco deverá ter cerca de 200 funcionários no Reino Unido, acrescentou. “Temos mantido um diálogo constante e aberto com os nossos reguladores, para garantir que a nossa mobilização reponde aos mais altos padrões”, disse Carlesi. “Não temos pressa, pois acertar é mais importante, portanto, assim que todos estiverem prontos, lançaremos o banco do Reino Unido e começaremos a operar como um dos mais novos bancos do Reino Unido”, acrescentou

A “fase de mobilização” é um passo comum para muitos novos participantes no Reino Unido, explica a Bloomberg. Segundo Francesca Carlesi, a Revolut foi capaz de testar e executar sistemas bancários críticos com cerca de 30 clientes que combinaram depósitos de 50 ml libras (59 mil euros).

Tendo em conta que o regulador britânico espera normalmente que esta fase esteja concluída no prazo de 12 meses, tal significa que a Revolut se tornará um banco de pleno direito em julho.

Assim que o regulador der luz verde, a Revolut poderá migrar os seus milhões de clientes do Reino Unido da sua instituição de moeda eletrónica para a sua entidade bancária do Reino Unido, denominada Revolut NewCo UK Ltd.

Revolut em expansão

Recorde-se que o banco digital está a expandir-se na sua área de negócio, incluindo em Portugal. A Revolut já anunciou quer abrir uma sucursal e obter um IBAN nacional, com a meta de chegar a dois milhões de utilizadores em 2025. A empresa planeia oferecer contas de depósitos e crédito à habitação, focando-se no mercado português.

Cada vez mais a instituição quer entrar no mercado do banco tradicional, ambicionado ser “o banco principal do cliente” e uma concorrência direta aos bancos tradicionais.

Ainda assim, o banco não quer abrir agências, mas está a testar máquinas ATM em Espanha.

Paralelamente, instalou máquinas de venda automática de cartões, com três a operar no aeroporto do Porto.