Em resposta ao anúncio da administração Trump, tomada na quarta-feira, do agravamento das tarifas em 25% sobre as importações de automóveis europeus para os EUA, a Associação de Fornecedores Automóveis (CLEPA) apela aos decisores políticos para que “priorizem as soluções em vez das barreiras comerciais”.

Em comunicado tornado público esta quinta-feira, a CLEPA lembra que “a cooperação regulamentar e os padrões mútuos aumentariam a competitividade em ambos os lados do Atlântico”.

A cadeia de abastecimento automóvel transatlântica está “profundamente interligada, apoiando milhares de empresas e empregos na Europa e na América do Norte”, sublinham os responsáveis daquela associação. E acrescentam que as tarifas protecionistas “ameaçam desfazer” essa parceria de longa data, “interrompendo o fluxo de mercadorias, aumentando os custos de produção e, em última análise, elevando os preços dos automóveis para os consumidores”.

“Decisão errada e prejudicial para todos”

Matthias Zink, presidente da CLEPA, assegura que “a decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 25% sobre os automóveis ligeiros de passageiros e os veículos comerciais ligeiros não americanos, a partir de 2 de abril, é errada e prejudicial para todos, incluindo os próprios EUA”.

O mesmo dirigente assinala que o fabrico de veículos não se limita às fronteiras nacionais. “Os componentes geralmente atravessam fronteiras várias vezes antes da montagem final – seja nos EUA ou na UE. As cadeias de valor transatlânticas automóveis estão hoje profundamente interligadas”.

O presidente da CLEPA não tem dúvidas em afirmar que estas “tarifas protecionistas” correm o risco de quebrar uma parceria comercial construída ao longo de décadas e que sustenta milhares de empresas e milhares de empregos na Europa e na América do Norte.

“O protecionismo atrasa o progresso”

O dirigente da CLEPA recorda que tarifas desta natureza vão interromper o fluxo de mercadorias, aumentar os custos de produção e, por fim, tornar os automóveis mais caros para os consumidores – incluindo nos Estados Unidos. “Só posso repetir: este não é um problema apenas europeu. É uma ameaça à resiliência económica e industrial do mundo ocidental”, remata Matthias Zink.

A CLEPA desafia os decisores políticos a concentrarem-se em soluções, e não em barreiras comerciais. Aquela associação defende ainda que um acordo entre a UE e os EUA sobre a cooperação regulamentar e as normas mútuas reforçaria a competitividade em ambos os lados do Atlântico. E termina assinalando que “o protecionismo apenas atrasa o progresso, enquanto a colaboração o impulsiona”.