Sofia Arruda foi uma das finalistas da segunda edição de Hell’s Kitchen Famosos, que chegou ao fim no último domingo, 15 de dezembro. A atriz conquistou o segundo lugar do pódio numa competição onde deu a conhecer um outro lado de si ao público. Em conversa com o site Fama Show, a artista fez um balanço da experiência, revelou o que mais a marcou e falou sobre a ligação criada com os restantes candidatos do formato.
“Fui ganhando confiança em mim”
Quando recebeu o convite para Hell’s Kitchen Famosos, Sofia Arruda assume ter ficado “muito contente”, ainda que tenha apresentado, inicialmente, algumas reticências por ter uma filha bebé.
“A primeira coisa que pensei foi: ‘Eu não sei se vou conseguir, por causa da bebé’. Como é que seria estar tanto tempo fora de casa sem ela, como ia fazer a logística do leite e tudo mais? Mas, passando essa parte, fiquei muito contente. Gosto de cozinhar e achei que a experiência ia ser gira”, começa por referir.
Já no que diz respeito à cozinha propriamente dita, a atriz confessa não ser o “tipo de pessoa de fazer experiências”, mas que gosta de reunir os amigos e a família à mesa, com “comida boa e caseira”. ”Eu nunca tive um grande fascínio pela cozinha, eu cozinho no dia a dia e o que tem de ser, digamos assim. Gosto de receber as pessoas em casa e de lhes preparar uma refeição (…) Acabo por inventar um bocado, mas é com aquela pressão de: ‘temos de fazer qualquer coisa para o jantar, vamos ver o que é que sai’. É mais por aí”, reforça.
Desta forma, Sofia Arruda não esperava ter chegado tão longe na competição. “O grupo era muito forte. Havia pessoas no grupo que eram realmente muito fortes e boas cozinheiras. Portanto, achei que era difícil chegar aos três primeiros. Fui ganhando confiança em mim e fui aprendendo, a verdade é essa (… ) Acabei por ter de fazer um bocadinho o trabalho de casa, de pesquisar, de estudar algumas receitas e testar. Foi um bocadinho por aí. Fui-me mantendo no programa muito por essa parte também, pela aprendizagem”, refere.
A relação com Ljubomir Stanisic e o "comboio em andamento" dos serviços
Antes da participação em Hell’s Kitchen Famosos, Sofia Arruda já se tinha cruzado com Ljubomir Stanisic na ‘cozinha do inferno’, mais precisamente durante a gravação de um episódio da sitcom Patrões Fora. Na altura, a atriz estava em personagem e ambos apenas trocaram algumas palavras nos bastidores. Já como concorrente do formato, Sofia recorda a expectativa do primeiro dia com o chef.
“Confesso que no primeiro dia em que estive, efetivamente, com o chef, pensei: ‘Será que ele é assim, com tão mau feitio? Vai começar já aqui a gritar? É que não me apetece nada’. Mas nada disso. Senti que é, realmente, uma pessoa exigente, um líder nato e que tem uma voz de comando. Ao mesmo tempo, tem bastante empatia pelas pessoas e consegue reconhecer quando as pessoas são esforçadas e precisam de ajuda com alguma coisa (…) Se precisarmos, realmente, podemos falar com ele, explicar a situação e tentar resolver. Mas isso também não significa que ele nos tire o trabalho de cima, resolvemos este problema e agora vamos fazer o que temos a fazer”, reforça.
Quanto à pressão dos serviços, Sofia Arruda sentiu-se como um ‘peixe na água’, até porque lhe fazia lembrar algo familiar: o teatro. “A pressão dos serviços era dura, sem dúvida. Mas era uma parte que eu até gostava. Fazia-me lembrar o início de um espetáculo de teatro. De repente, abrem-se as cortinas e o espetáculo começa. A partir daí, é um comboio em andamento. Não há forma de dizer: ‘Vamos parar aqui só cinco minutos porque alguém não está bem ou não sabe o texto'. É um comboio em andamento e tudo o que tiver de ser feito é feito em andamento”, explica.
“O serviço na cozinha fez-me lembrar um bocadinho isso, essa adrenalina dos palcos. A partir do momento em que estamos em cena, assim que começa o serviço, temos de resolver rápido e de maneira a que as pessoas que estão sentadas não deem conta que aconteceu um problema na cozinha, tem de parecer que tudo faz parte do espetáculo. Confesso que gostei”, completou.
O 'Arroz de Pato da Tia Manuela' que conquistou o chef
Durante o programa, Sofia Arruda teve a oportunidade de cozinhar um prato especial para si: a receita de Arroz de Pato da sua tia Manuela. Um prato confeccionado em menos de uma hora e que conquistou o paladar do chef Ljubomir Stanisic.
“Estava muito nervosa com esse prato. Realmente, o arroz de pato da minha tia Manuela é incrível e não há ninguém que o prove e não adore. Só que eu nunca tinha feito na minha vida, nem arroz de pato, nem a receita da minha tia Manuela. Até àquela data, eu não conhecia. Ou seja, só comi feito por ela, mas eu nunca a vi fazer, nem fazia ideia de que ingredientes levava. E, realmente, foi muito bom sentir que, quando provei, estava mesmo parecido com o dela. Não estava exatamente igual, mas estava muito parecido”, explica.
“Isso deixou-me muito feliz, porque não queria nada apresentar um prato menos bom. Senti que estava ali a expor a receita dela e queria deixá-la honrada. Ela ficou muito contente, ligou-me no dia seguinte a dizer que tinha ficado muito orgulhosa”, acrescenta.
A relação com os colegas
Para lá do desafio da cozinha, Sofia Arruda afirma ter criado também uma ligação com os restantes candidatos do programa. “Vivíamos tudo com muita intensidade, como se não estivéssemos a gravar. Então, por um lado, acabou por nos aproximar bastante uns dos outros. Criámos uma ligação de nos protegermos e nos ajudarmos ao máximo e, de repente, tínhamos de escolher, alguém tinha de ir embora, era um jogo. Essa parte era um bocadinho difícil, mas fez-nos aproximar bastante. Estávamos a viver aquilo de verdade, sem aquela coisa de ser um jogo”, refere.
Desta forma, o balanço não podia ter sido mais positivo. “Só levo coisas boas, mesmo os dias mais difíceis acrescentaram sempre alguma coisa, aprendi sempre alguma coisa… Poder ver o chefe a liderar aquela malta toda, mais a equipa técnica de gravações, mais os câmaras a controlar tudo”, afirma.
A atriz lembra ainda a noite em que teve a oportunidade de cozinhar no 100 Maneiras, restaurante do chef Ljubomir Stanisic, algo que para si foi um “ponto de viragem”. “Foi uma grande reviravolta, que me deu mais bagagem e mais força para estar na final e concorrer com cozinheiros como a Sofia [Ribeiro] e a Inês [Lopes Gonçalves], que são incríveis. Poder estar ali na cozinha do chef, com a mão na massa, a ver os cozinheiros a cozinhar e perceber, exatamente, como aquilo se fazia em alta rotação, com os clientes de verdade na sala, sem câmaras, perceber aquela dinâmica toda (…) Mais dois dias no restaurante do chef e, se calhar, tinha ganho”, afirma.
O duelo final com Marco Costa
Sofia Arruda disputou o primeiro lugar do pódio comMarco Costa. Quando soube que iria participar no duelo final, a atriz nem “queria acreditar”.“Estava super nervosa, pensei: ‘Vai-me correr tudo mal’ e muitas coisas correram mal. Explodiu a máquina trituradora (…) Toda eu tremia. Queria fazer as coisas e estava toda a tremer. Estava super nervosa e pensei: ‘Não vai haver hipótese. Vai ser o Marco e a Inês’ (…) Mas, realmente, a Inês teve ali uns percalços no prato dela e acabou por ser ela a sair. O meu prato, apesar de estar muito nervosa, foi, realmente, muito bem conseguido. Consegui provar tudo e estava incrível”, recorda.
Na última prova, a vitória acabou por sorrir a Marco Costa e a atriz fez questão de enaltecer o percurso do colega. “Acho que ele foi incrível durante a competição toda e se houve alguém que entrou, literalmente, com o objetivo de ganhar foi ele. Lutou por esse título durante todos os programas e também tem mérito por isso”, afirma.
“Gostei muito de ver a evolução dele, não tanto na cozinha - porque ele já era muito bom - , mas na relação com os seus colegas. Conseguia liderar, mas com uma base de boa vontade e empatia, sem precisar de gritar. Portanto, acho que ele também fez um bom trabalho ali dentro. Nesse sentido, acho que evoluiu bastante. Acho que merece ser enaltecido por isso”, remata.