É conhecida pelo seu talento enquanto atriz, mas também pelo jeito com que 'trata' as palavras - e foi precisamente através deste último que deixou uma sentida mensagem de despedida nas redes sociais, este domingo, 16 de fevereiro.

Vera Kolodzig recorreu à sua conta de Instagram para publicar inúmeros registos da sua personagem, Maria, na série da plataforma da OPTO, O Clube, e a acompanhá-los deixou um longo texto sobre "o maior desafio" da sua carreira enquanto atriz - e acabou a fazer algumas revelações.

Vera Kolodzig faz relato: "Um final feliz para uma história que poderia ter sido trágica"


"Assim que li a descrição da minha personagem Maria soube que iria ser o maior desafio da minha carreira como atriz. Até então estava habituada a fazer as 'boazinhas' e uma ou outra vilã típica de novela, mas sabia que O Clube ia ser diferente. O que eu não sabia é que esta personagem me ia acompanhar durante tanto tempo e que a sua pele ia ficar tão colada à minha", começou por revelar.

"Na primeira reunião com a Patrícia Sequeira [reconhecida realizadora] disse-lhe que gostava de começar com as cenas de sexo para criar desde logo as memórias da personagem. Ela não queria acreditar mas fez-me a vontade. No primeiro dia de rodagem, em plena pandemia em 2020 'atendi quatro clientes' em quartos de hotel diferentes, com um banho entre cada cena. Foi um dia que acredito que nenhum dos presentes se vai esquecer e que estabeleceu o tom e ambiente para o resto da série", confessou.

Da "pesquisa nas casas noturnas de Lisboa" ao papel de "chefe" na série

Vera Kolodzig explicou como se preparou para a personagem e de que forma isso a marcou. "Fiz pesquisa nas casas nocturnas de Lisboa, falei com várias acompanhantes, aprendi a andar de saltos altos com uma atitude diferente e a usar unhas compridas. Dei o meu melhor para humanizar esta personagem com uma profissão tão controversa. Havia dias em que fumava 15 cigarros numa hora para gravar uma só cena (entre takes e diferentes planos e perspectivas), e outros em que chorava pelas dores da personagem. Sempre que acabávamos uma temporada achava que a história ia ficar por ali, no entanto as reviravoltas continuaram e fui de empregada a boss [chefe, em português]", recordou, despedindo-se da personagem depois "cinco anos e seis temporadas".

"A Av. Fontes Pereira de Melo parou para assistir ao meu fim. E assim me despedi, deitada no asfalto, deixando para trás todas as memórias, todas as lutas, todo o sexo, todo o poder e até todo o amor. Obrigada à SIC pela oportunidade e à Patrícia Sequeira pela confiança. Obrigada a toda a equipa, a todos os actores e atrizes que se cruzaram comigo e um especial carinho ao José Raposo, cuja cumplicidade foi para além dos ecrãs. Até sempre querida Maria. Foste uma importante parte de mim e do meu crescimento não só como atriz, mas como pessoa", concluiu.