
Quantas horas de sono diárias são precisas por noite? Sete? Oito? A resposta correta é que não há resposta correta. A necessidade de dormir não é igual para todos. Depende de vários fatores e, para algumas pessoas, o descanso imprescindível pode mesmo ser mínimo. Tudo graças a uma rara mutação genérica.
A mutação no gene SIK3 permite ao cérebro funcionar com menos descanso do que o normal, segundo os resultados de uma investigação publicada na revista académica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
O gene é responsável por produzir uma proteína cinase, que envia sinais químicos para regular o tempo que precisamos de estar a dormir.
Os investigadores, da Academia Chinesa de Ciências, descobriram esta mutação genética numa mulher, durante um estudo em que pretendiam identificar o perfil das pessoas que precisam de menos horas de sono. A mulher em causa tinha 70 anos, era saudável e dormia, em média, 6 horas e 20 minutos por noite.
Os cientistas decidiram, então, analisar ratos de laboratório com a mesma mutação genética encontrada na mulher. Feita a experiência, os ratos com esta mutação também dormiam cerca de menos meia hora do que outros animais da mesma espécie.
Exames à atividade cerebral dos ratos mostraram que as proteínas produzidas pelo gene mutante estavam ativas nas junções entre os neurónios, onde ocorre a transmissão do impulso nervoso.
“Estas descobertas contribuem para uma melhor compreensão dos fundamentos genéticos do sono, evidenciando as implicações maiores da atividade da cinase na regulação do sono em várias espécies e fornecem mais pistas par a potenciais estratégias terapêuticas para melhorar a eficiência do sono” , declaram os investigadores da Academia Chinesa de Ciências .
Apesar da significância desta descoberta, as mutações genéticas que influenciam o sono não são uma novidade para a ciência. Esta é, na realidade, já a quinta mutação genética relacionada com falta de sono a ser identificada, de acordo com a publicação ScienceAlert.