A comissão de trabalhadores do INEM reconhece que o sistema de triagem precisa de melhorias, mas diz ser "absolutamente falsa" uma situação de "bomba-relógio". Os técnicos respondem à posição da empresa Sowrd Health, que diz ter encontrado um sistema "obsoleto" que impede a mudança.
Em comunicado, os trabalhadores lamentam a avaliação da Sowrd Health, sobretudo pelo que consideram ser um "arrastar de culpas".
Reconhecem que o sistema de triagem precisa de "melhorias e inovação" a níveis tecnológico e clínico, contudo, dizem ser "absolutamente falso" que se encontre numa situação "assustadora" de "bomba-relógio" e de colapso eminente. Sublinham que tem servido a população "com segurança".
Apesar de admitirem que a "georreferenciação deve ser intervencionada e melhorada", dizem que não é só o INEM a precisar, mas também as centrais 112.
A comissão de trabalhadores diz que a notícia do jornal Expresso, que revelou a posição da empresa Sowrd Health, faz "querer parecer" que os trabalhadores do INEM são "incapazes", posição que recusam.
"Os profissionais do INEM que trabalham todos os dias no INEM e nos CODU não são 'incapazes' como a notícia faz querer parecer e são o garante da resposta do Sistema Integrado de Emergência Médica."
Os representantes dos trabalhadores defendem que "não se devem confundir" os profissionais com a incapacidade de empresas externas em "implementar soluções" que, na sua opinião, são "impossíveis".
Na nota, dizem que o INEM não precisa de um "sistema de substituição incapaz de lidar com as subtilezas do discurso e análise humano", referindo-se à inteligência artificial. Precisa antes de uma "atualização de recursos informáticos" para os profissionais serem mais rápidos.
"Nenhum sistema informático poderá substituir um profissional de Saúde."
A comissão de trabalhadores lamenta ainda não ter sido envolvida no processo de reorganização, o que "afasta os profissionais das decisões e contribuições na vida ativa do instituto".
Sword Health queria ajudar INEM com IA mas deparou-se com missão "impossível"
O atendimento de chamadas de socorro do INEM, afinal não vai passar a ser feito por robôs. De acordo com o jornal Expresso, a empresa que ia instalar a ferramenta de inteligência artificial encontrou um sistema “obsoleto” no INEM, que é uma “bomba-relógio”, e impossibilita a mudança.
O unicórnio português Sword Health anunciou em novembro de 2024 que queria oferecer uma solução de inteligência artificial para a falta de técnicos de emergência pré-hospitalar no atendimento telefónico do INEM.
Mas a empresa unicórnio queixou-se da fragilidade do sistema de informação do INEM e antecipou um colapso.
“Não é possível integrar a nossa solução no sistema de informação do INEM para as chamadas serem roteadas para o operador humano ou para a IA. O que encontrámos é assustador”, disse o fundador e diretor da Sword Health, Virgílio Bento , ao Expresso.
“O sistema do INEM é obsoleto, frágil e quem está a geri-lo não tem noção disso.”
De acordo com a empresa portuguesa, o sistema a funcionar no INEM está “em risco” e é uma “bomba-relógio”
Sword Health
A Sword Health conquistou o mercado norte-americano com uma plataforma digital de fisioterapia. Hoje oferece inúmeras respostas para tratar a dor, mas há nove anos foi um e-mail que decidiu a sorte deste ‘Unicórnio’ português.