A Fundação Casa de Mateus, em Vila Real, celebra o seu 55 aniversário em 2025 com meia centena de eventos. Música, exposições, oficinas, apresentações de livros não faltam. Vai ainda oferecer à comunidade 550 entradas no palácio.

"A Casa de Mateus é um exemplo de reinvestimento no interior. A Casa de Mateus surge já no século XVIII, é o resultado de uma economia pujante como se pode verificar pelo património que se construiu nessa altura (...) e sempre houve uma preocupação de trazer aqui o mundo e partilhá-lo com a comunidade", disse hoje Teresa Albuquerque, presidente do conselho de administração da Fundação Casa de Mateus.

O palácio de Mateus, finalizado em 1744 e reconhecido como monumento nacional desde 1910, é também a principal atração turística de Vila Real.

A Fundação Casa de Mateus celebra, em 2025, 55 anos e, por isso, decidiu oferecer 10 bilhetes por cada ano de existência.

"Para as pessoas da comunidade, escolas, seniores, visitas organizadas por juntas de freguesia para efeitos de inclusão, de combate ao isolamento, vamos oferecer 550 entradas durante o ano", explicou Teresa Albuquerque.

A responsável disse que a Fundação vive da bilhética, que esta é importante para a manutenção do património, mas que este é também um património que se quer compartilhar com a comunidade, e em particular com aqueles que, de outra forma, não poderiam visitar a casa.

"É esse o presente, 550 entradas e um programa muito rico que vai das artes plásticas, à música, oficinas, workshops, conferências, apresentação de livros. É isso que tempos para compartilhar, para além da nossa história e do nosso patrimónios, museu, jardins", afirmou.

No domingo de Pascoela, haverá missa cantada e árias da ópera de São Paulo, em homenagem ao filho do construtor da casa que foi Governador na região de São Paulo (Brasil).

A programação inclui os concertos "Didática, cordas velhas, nova música", de Ensemble Atena, "Variações Goldberg" de J.S Bach, interpretado por Pedro Burmester, "Lamenti amorosi", pela Americantiga Ensemble e solistas da Orquestra Barroca de Mateus, e "Despojos" pelo Borealis Ensemble (António Carrilho, Catherine Strynx e Helena Marinho).

Os concertos "O mar sem fim", de Daniel Schvetz, e ainda de Laetizia Grimaldi celebram os 500 anos do nascimento de Luís de Camões e os 200 anos da morte de D. José Maria, 5.º Morgado de Mateus.

Estão programadas oficinas de escrita com Manuel Portela e Henrique Manuel Bento Fialho, residências de criação com Ivo Nicolau e Fernando Queiroz e uma outra com Pedro Braga Falcão, que fará depois uma prova de poesia na Casa de Mateus e na Quanta Terra, em Favaios (Alijó), e será exibido o documentário "Benvindo à vida", com realização de Pedro Pirim e Felipe Cantieri.

Em julho, arrancam os XXXIII Encontros Internacionais de Música de Casa de Mateus, e está também previsto um debate sobre "Águas, recursos, hídricos em Portugal", pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

O ano acaba com uma exposição de Ana Paganini, a ópera "Os heróis espartanos" de António Leal Moreira, com a Orquestra Barroca da Casa de Mateus, numa coprodução do Teatro de Vila Real e o espetáculo "Reality Show" de Alberto Pimenta, com encenação de Fernando Mora Ramos, do Teatro da Rainha.

A programação cultural da Casa de Mateus conta com o apoio da Direção-Geral das Artes (DGArtes). No ano passado, a Casa de Mateus recebeu 113 mil visitantes, estando a conseguir uma recuperação gradual dos números pré-covid-19.

"Mas verificamos que os visitantes passam mais tempo aqui e acabam também por consumir mais. Este ano temos muitas reservas, provavelmente atingiremos finalmente o limiar pré-covid [120 mil]. Mas sobretudo vamos tentar promover a fruição do parque", salientou Teresa Albuquerque, apontando aos jardins históricos, hortas, vinhas, bosque e pomares.

Os turistas chegam de países como os Estados Unidos da América, Coreia do Sul, Espanha ou Brasil.

Leia Também: Festival do Queijo, Pão e Vinho retoma concurso de queijos