
«A nossa preocupação não é encher um jardim de estantes, é encher um jardim de cultura». A afirmação do presidente da Câmara Municipal de Redondo, David Galego, marcou o arranque da quarta edição do Festival Literário «Palavras ao Vento», que decorre entre os dias 9 e 18 de maio, em vários espaços da vila.
Organizado pelo Município de Redondo, com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República, o evento volta a integrar a Feira do Livro, cuja 37.ª edição tem lugar no Jardim Municipal. A iniciativa reúne uma programação que abrange literatura, música, teatro, poesia, cinema, oficinas criativas e atividades intergeracionais.
Em declarações ao Jornal ODigital, David Galego referiu que o festival vai além da promoção do livro. «É uma iniciativa muito abrangente, que percorre todas as áreas da nossa cultura. Não fica apenas pela literatura ou pela poesia, mas vai ao teatro, ao cinema, à música e à ligação com as escolas e os lares», afirmou. «É, acima de tudo, um espaço de partilha e de encontro entre gerações».
O autarca destacou a evolução do festival ao longo dos últimos anos. «Desde a primeira edição que fomos ambiciosos. Por aqui já passaram nomes consagrados da literatura, da música, do humor e da criação artística, nacionais e internacionais», recordou. «Este ano, contamos com autores de países lusófonos, como o Brasil, e mantemos uma programação que cruza tradição e contemporaneidade».
A programação da edição de 2025 inclui a participação de David Machado, Ondjaki, Afonso Cruz, Luísa Sobral e Frederico Pedreira. Estão previstas apresentações de livros, leituras encenadas, debates, concertos, sessões de cinema ao ar livre, oficinas e momentos de poesia, como «Poeta da Cidade – Dialetos Poéticos» e «Cenas de Fim de Boca».
Um dos pontos altos do festival será o concerto comemorativo do centenário de Carlos Paredes, com o Trio de Guitarras – Alvorada, marcado para 16 de maio, no Auditório do CCR, com o apoio do Ministério da Cultura e do Museu do Fado. No mesmo dia será feita a entrega dos Prémios de Mérito Escolar.
Sobre a dimensão inclusiva do evento, o presidente da Câmara sublinhou que «o público-alvo somos todos nós, dos mais idosos às crianças, daqueles que nunca leram um livro aos que podem aqui encontrar o estímulo para o fazer». E acrescentou: «Temos vindo a recriar experiências como a biblioteca itinerante da Fundação Gulbenkian, para levar o livro e a leitura a quem vive mais isolado».
O autarca defendeu ainda que o festival reforça o papel da cultura no interior do país. «Dez dias de programação cultural, no interior do Alentejo, numa vila pequena, exigem esforço e convicção. Mas é esse o nosso compromisso com a cultura e com a coesão do território», disse. «Queremos que quem aqui vive ou visita perceba que há, em Redondo, um movimento cultural em crescimento e continuidade».
O festival integra também a marca da Capital Europeia da Cultura. «Desde o início que lançámos esse desafio. Acreditamos que esta iniciativa tem condições para afirmar o Alentejo como destino cultural e espaço de aprendizagem e partilha em torno da literatura e das artes», afirmou David Galego.
O Festival Literário «Palavras ao Vento» decorre até 18 de maio, com entradas livres e programação aberta à comunidade, assumindo-se como uma plataforma de promoção do livro, da palavra e da diversidade cultural no concelho de Redondo.