
Segundo um comunicado difundido pela empresa através do seu portal de notícias Alizila, o valor anunciado ultrapassa o investimento combinado da última década nestes dois campos, identificados pelo grupo como estratégicos, a par do negócio tradicional de comércio eletrónico.
Aquando da apresentação dos resultados do terceiro trimestre fiscal, na sexta-feira, o CEO do grupo, Eddie Wu, revelou já que a empresa tencionava fazer "um maior investimento" em áreas como a IA e os serviços de dados em nuvem, embora não tivesse especificado montantes.
Segundo a Alibaba, a medida "reforça o seu compromisso com a inovação tecnológica a longo prazo" e "sublinha a aposta da empresa no crescimento impulsionado pela IA e o seu papel como fornecedor líder de [serviços de dados em] nuvem".
Na conferência com analistas que se seguiu à apresentação dos resultados, Wu afirmou que a IA é uma "oportunidade única numa geração" e observou que alcançar a inteligência geral artificial (AGI, um tipo de IA que igualaria a inteligência humana) será o principal objetivo a longo prazo da empresa.
Na sua opinião, a capacidade da IA para replicar o trabalho humano, tanto a nível intelectual como físico, "poderia remodelar" as indústrias a nível mundial, conduzindo a "transformações significativas" na economia e na tecnologia.
O CEO recordou que uma parte crescente dos dados gerados pela IA será processada e distribuída através de redes de nuvem, posicionando a subsidiária de IA da Alibaba, a Alibaba Cloud, como "um fornecedor de infraestruturas chave".
Durante o terceiro trimestre fiscal (entre outubro e dezembro), a receita ajustada da subsidiária de inteligência em nuvem aumentou 11% em relação ao ano anterior, enquanto a receita de produtos relacionados com a IA experimentou o seu sexto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos.
Nas últimas semanas, a Alibaba anunciou um pacto para incorporar o seu modelo Qwen nos iPhones vendidos pela Apple na China, e tem havido especulações de que poderá estar interessada em tornar-se investidora na DeepSeek, a plataforma chinesa de IA que abalou o setor.
"Olhando para o futuro, o crescimento das receitas na divisão de inteligência na nuvem vai continuar a acelerar, impulsionado pela IA", explicou Wu, na sexta-feira, numa mensagem que acompanhou a divulgação dos resultados da empresa, enviada à Bolsa de Valores de Hong Kong, que superou as expectativas dos analistas.
No último trimestre, a Alibaba aumentou o volume de negócios em 8% e os lucros em 239%, em termos homólogos.
Na sequência do anúncio de hoje, as ações da empresa tecnológica cotadas em Hong Kong subiram 0,14%, durante a sessão da manhã, colocando a valorização desde o início do ano em 70%, embora ainda estejam a menos de metade (-53,5%) do pico atingido em outubro de 2020.
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