O antigo comissário europeu António Vitorino anunciou esta quinta-feira que não vai concorrer às eleições presidenciais do próximo ano, referindo que a sua candidatura "não conseguiu reunir o consenso" para poder ser única na sua área política.

"Não me apresentarei a candidato. Eu sempre disse, fui sempre coerente, de que devia haver apenas um candidato nesta área política, e manifestamente há um dado objetivo: a minha candidatura não conseguiu reunir o consenso para poder ser uma candidatura única desta área e portanto eu não me apresentarei", anunciou António Vitorino na SIC Notícias.

O antigo comissário europeu enfatizou que não reúne "as condições para ser o candidato do centro-esquerda".

Questionado sobre se o antigo líder do PS e candidato presidencial, António José Seguro, tem essas condições, Vitorino respondeu: "seria de uma enorme deselegância que no dia em que lhe venho dizer isto viesse fazer comentários sobre outros candidatos".

Sobre o momento em que tomou esta decisão, o socialista escusou-se a dizê-lo e adiantou que um dia poderá falar "sobre os esforços" que fez "para que pudesse haver apenas uma única candidatura deste espaço político".

"O facto de eu não me apresentar não significa que vá haver só uma. Os candidatos não estão fechados. Ainda há muito tempo", apontou.

António Vitorino separou esta sua decisão da posição do futuro líder do PS, José Luís Carneiro, quanto às presidenciais.

"[José Luís Carneiro] tornou claro que só tomaria uma decisão sobre essa matéria depois das autárquicas", sublinhou, remetendo para depois "a pequena história" sobre todo este processo.

A 16 de maio, o antigo comissário europeu tinha defendido que falar de presidenciais durante a campanha para as legislativas era "acrescentar ruído" e recusou fazê-lo quando questionado sobre a sua eventual candidatura a Belém.

"Eu sou socialista e venho aqui manifestar o meu apoio à candidatura do PS para as eleições legislativas. Antes que insistam, digo já que falar de presidenciais neste momento é acrescentar ruído e eu não gosto de ruído", disse então aos jornalistas durante o tradicional almoço na Trindade, em Lisboa, da caravana do PS em eleições legislativas.