São dois dias de agenda apertada e em que a nova presidente do Banco Europeu de Investimentos (BEI) tem encontros marcados com os presidentes das câmaras de Lisboa e Porto e com vários ministros de Luís Montenegro. Esta é a primeira vez que Nadia Calviño está em Portugal, na posição que assumiu no arranque do ano, quando a nova presidência se tornou oficial. Com essa mudança na estrutura de topo do BEI, Ricardo Mourinho Félix deixou a vice-presidência da instituição, tendo regressado ao Banco de Portugal, de que é quadro.
Agora, a primeira visita de Calviño ao país servirá também de ponto de partida para a construção de uma relação de maior proximidade com Portugal, cujos temas de financiamento deverá assumir, ficando com a pasta do mercado português em mãos. Razão pela qual, numa apertadíssima agenda que arranca nesta quinta-feira, a presidente do BEI irá sentar-se com o ministro da Economia, Pedro Reis, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes.
"A visita faz parte da digressão que a Presidente Calviño está a efetuar pelos Estados-membros desde a sua nomeação para a presidência do Banco", informa o BEI.
A responsável do BEI será ainda recebida pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e amanhã pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e fará uma visita ao Porto de Leixões, num programa que se encerra com a participação de Nadia Calviño numa conferência comemorativa do 70.º aniversário da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
Após vencer Margrethe Vestager e os restantes candidatos ao lugar (e com apoio de Portugal), a espanhola sentou-se em janeiro na cadeira mais alta do Banco Europeu de Investimento (BEI), onde ficará por um mandato de seis anos na instituição que, tradicionalmente, financia as grandes transformações em curso nos países-membros — nomeadamente exigidas na transição verde e digital. Havendo rotatividade nos membros de Portugal e Espanha que em cada mandato se sentam na liderança do BEI, a entrada de Calviño para a presidência acabou por ditar a saída de Mourinho Félix da vice-presidência que ocupou durante os três últimos anos, tendo sido determinante na abertura de linhas de financiamento para projetos nacionais. Agora, caberá à espanhola essa tarefa de cuidar da relação do BEI com a agenda nacional.