A Escola Secundária Jaime Moniz elegeu, esta sexta-feira, a Associação de Estudantes (AE), após um interregno de mais de 20 anos. O presidente, Miguel Barata, e a sua equipa tomaram posse e deixaram a mensagem de compromisso colectivo, afirmando que pretendem "dar voz a todos os estudantes, com destaque para a auscultação activa das necessidades dos alunos e para uma intervenção democrática e plural ao longo do mandato."

A cerimónia de posse teve lugar esta manhã, na sala de conferências da ESJM, com a presença da direcção da instituição, do director regional da Juventude, da representante da Câmara Municipal do Funchal e de alguns presidentes da AE de outras escolas. Marcaram também presença dois elementos da primeira AE da ESJM, eleita no conturbado período de 1974, com Ricardo Ricardo Rodrigues (então presidente) e Maria João Correi, que partilharam memórias dessa experiência associativa, com palavras de estímulo ao associativismo dos nossos dias. Nessa altura, foi eleita a primeira AE do país, havia pouco conhecimento, muita convulsão política mas a vontade de fazer a diferença, intervir na escola e na sociedade. O relato de experiências na primeira pessoa que tocou os presentes e que serve de lição também para o presente.

Miguel Barata preside aos destinos da AE. A lista que compõe a direção formada por jovens entre os 16 e 17 anos de idade. O presidente, Miguel Barata, tem 17 anos de idade, faz parte da turma 40 do 11.º ano de escolaridade, curso de Humanidades, e pretende seguir o curso de Direito. Também a vice-presidente, Mariana da Fonte, com 16 anos, da mesma turma, sonha com o mesmo curso para enveredar pela magistratura. Além do presidente e vice-presidente, a direção é constituída por Matilde Alcântara, tesoureira, Daniela Gouveia, secretária, Paulo Santo, vogal, e Diana Luís, suplente. Ana Matilde Abreu é a presidente da Assembleia Geral com Ana Margarida Jardim, como vice-presidente, e Maria Miguel Azevedo, como secretária.

"São jovens, sonhadores e com sangue na guelra. Conforme enfatizaram o presidente e vice-presidente, a escola tem no centro os alunos e é preciso trabalhar para eles, escutando as suas aspirações, dinamizando projetos do seu interesse, como uma bolsa de alunos a dar explicações a outros alunos, combatendo o bullying, registando as sugestões através da caixa de ideias, física e digital, e promovendo eventos diversos que vão ao encontro das necessidades dos jovens", refere nota enviada.

“Orgulho e responsabilidade” foram os sentimentos expressos por Miguel Barata na tomada de posse. Já na campanha, revelou que procurou mais conhecer do que convencer os colegas. "Quer fazer dos colegas agentes de mudança, prescindindo da gestão centrada no “eu” para dar lugar ao “nós”. É preciso investir na literacia mediática e política, desenhar um a escola solidária, sem deixar ninguém caminhar sozinho. Miguel Barata coloca a tónica no trabalho de equipa, defendendo que quer construir pontes, trabalhar em equipa para dar as respostas aos desafios. Também Mariana da Fonte, vice-presidente, defendeu que foi constituída mais do que uma AE, está empossada “uma família”, com os professores como construtores do amanhã e os alunos como monumentos do futuro", lê-se ainda.

O conselho executivo e todos os órgãos do 'Liceu' manifestaram apoio aos estudantes. A presidente, Ana Isabel Freitas, louvou o mérito da nova AE e defendeu que “a escola é um caminho onde se aprende a construir a Democracia”. Num mundo, em que tantos falam em colapso, reiterou, “precisamos de jovens cultos, artistas, a exercer a cidadania participativa e responsável”. Por isso, salientou, “juntos, com colaboração e empenho, vamos construir uma escola de sucesso”, agradecendo ainda a colaboração do docente Nuno Nóbrega na colaboração prestada aos estudantes. O próximo desafio será o de criar uma Associação de Pais, tarefa que se tem afigurado difícil, apesar dos esforços da escola.

Também o director regional da Juventude marcou presença na cerimónia. André Alves teceu elogios a Miguel Barata, jovem que o conhece há anos, aplaudiu igualmente o renascimento da AE, e congratulou-se com as palavras do novo presidente ao enfatizar a sua missão de compromisso com a ação e mudança, bem como a tónica na gestão do coletivo e não individual.

Após o acto de posse, teve lugar um momento de confraternização com a realização de um lanche, com o próprio presidente a convidar ainda os demais presidentes das outras escolas para um almoço de convívio.