
A polícia sueca declarou esta quinta-feira que o autor do tiroteio a 4 de fevereiro numa escola para adultos em Örebro, a 200 quilómetros a oeste de Estocolmo, escolheu as vítimas de forma aleatória, desconhecendo ainda as motivações do atacante.
"Sabemos que esteve matriculado na escola. Não podemos dizer nada além de que as vítimas foram escolhidas de forma aleatória", disse o vice-chefe regional da polícia, Niclas Hallgren, numa conferência de imprensa.
As autoridades suecas confirmaram na semana passada que o autor do crime é Rickard Andersson, um homem de 35 anos.
Ataque fez 11 mortos e seis feridos
Entre os 11 mortos no tiroteio estão sete mulheres - com idades entre os 32 e os 68 anos - e quatro homens - com idades entre os 28 e os 48 anos -, todos residentes em Örebro. As autoridades suecas, entretanto, não revelaram os seus nomes ou nacionalidades.
Cinco pessoas continuam hospitalizadas, uma delas em estado crítico, enquanto outra teve alta na semana passada.
Sírios e bósnios entre as vítimas
As embaixadas da Síria e da Bósnia confirmaram que cidadãos dos seus países estavam entre os mortos, gerando especulações de que havia um possível motivo racial para o tiroteio na escola, localizada nos arredores de Örebro, que tem cerca de 2.500 estudantes em cursos profissionais, de língua sueca, entre outros.
"A polícia ainda não tem um motivo claro. Tivemos ajuda do nosso grupo de análise de perfis criminais para perceber quem era e porque decidiu cometer o tiroteio. Estamos a trabalhar amplamente e não a excluir nada, mas podemos não encontrar as respostas que procuramos", disse a chefe do comando da polícia, Emelie Bodegrim.
As armas utilizadas e o percurso feito pelo autor do massacre
Durante a conferência de imprensa, a polícia forneceu mais detalhes dos acontecimentos, nomeadamente que Andersson usou três granadas de fumo, disparou 70 cartuchos e tinha consigo mais de cem cartuchos não usados.
"A partir do momento em que o atirador abriu fogo sobre o primeiro carro-patrulha, só disparou mais dois tiros: um tiro que não atingiu ninguém e outro que provocou a sua morte", disse Hallgren, que disse estar convencido de que a rápida resposta da polícia, seis minutos depois de receber o alarme, impediu-o de continuar a matar.
Relatos de testemunhas e câmaras de segurança estabeleceram que Andersson apanhou um autocarro e saiu na paragem mais próxima da escola às 07:47, no horário local, mas não se sabe o que fez até ser visto pela primeira vez no local, por volta das 11:30.
Andersson, que transportava três armas, foi descrito pelos meios de comunicação suecos como uma pessoa retraída, sem redes sociais, com problemas mentais, que não concluiu o ensino secundário e não declarou rendimentos nos últimos anos.
O Governo sueco anunciou na semana passada que planeia reformar a lei para aumentar a segurança nas escolas, introduzindo mais controlos de acesso, revistas nas mochilas dos alunos e tornando obrigatória a introdução de planos de emergência.