O Senado dos Estados Unidos (EUA) aprovou hoje o projeto de lei do Presidente Donald Trump, apelidado de "Big Beautiful Bill", sobre as grandes reduções fiscais e cortes na despesa, por uma margem mínima de votos.

O vice-presidente JD Vance foi determinante, uma vez que desempatou uma votação de 50-50 para que o plano orçamental fosse aprovado na câmara alta do Congresso norte-americano, dado que três senadores republicanos opuseram-se ao projeto de lei, nomeadamente Thom Tillis da Carolina do Norte, Susan Collins do Maine e o Rand Paul do Kentucky.

A votação de hoje encerrou um fim de semana de trabalho invulgarmente tenso no Capitólio (sede do Congresso), com o grande pacote legislativo proposto por Trump a oscilar entre a aprovação ou o colapso.

A lei tem agora de regressar à Câmara dos Representantes (câmara baixa) para aprovação final, sendo que Trump tem exercido pressão no sentido de ter uma decisão final até ao feriado nacional do 04 de julho, o Dia da Independência.

O aliado de Trump e presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, chegou a avisar os senadores para não se afastarem demasiado do que a sua câmara já tinha aprovado. Contudo, o Senado fez algumas alterações, nomeadamente ao Medicaid, um seguro de saúde para os cidadãos com rendimentos mais baixos.

O aliado de Trump e presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, chegou a avisar os senadores para não se afastarem demasiado do que a sua câmara já tinha aprovado. Contudo, o Senado fez algumas alterações, nomeadamente ao Medicaid, um seguro de saúde para os cidadãos com rendimentos mais baixos.

Mike Johnson escreveu na rede social X, depois do anúncio da aprovação do plano orçamental no Senado, que "a Câmara (dos Representantes) trabalhará rapidamente para aprovar o projeto de lei 'One Big Beautiful Bill' que promulga toda a agenda 'America First' do Presidente Trump até ao dia 4 de julho".

"Este projeto de lei é a agenda do Presidente Trump, e nós estamos a torná-la lei. Os Republicanos da Câmara (dos Representantes) estão prontos para terminar o trabalho e colocar a 'One Big Beautiful Bill' na secretária do Presidente Trump a tempo do Dia da Independência", acrescentou.

Trump acredita que plano orçamental terá "mais facilidade" em passar na câmara baixa

O Presidente dos Estados Unidos disse hoje que acredita que o pacote legislativo terá "mais facilidade" em passar por uma votação final na Câmara dos Representantes.

"É um grande projeto de lei. Tem algo para toda a gente e penso que vai correr muito bem na Câmara (dos Representantes). De facto, penso que será mais fácil na Câmara (dos Representantes) do que no Senado", afirmou Donald Trump durante uma visita a um novo centro de detenção para migrantes no estado da Florida.

Carlos Barria/Reuters

Questionado sobre a estimativa de que 11,8 milhões de pessoas poderiam perder o acesso ao programa de saúde Medicaid, Trump disse que seria "um número muito menor" e que apenas o "desperdício, fraude e abuso" seriam cortados no âmbito do novo plano.

O projeto de lei, que prevê entre outros aspetos a prorrogação das deduções fiscais que o próprio Trump aprovou em 2017 durante o seu primeiro mandato presidencial, envolve um corte de cerca de 1 bilião de dólares no financiamento de serviços como o Medicaid ou a assistência alimentar SNAP, que o governante e muitos republicanos dizem significar a eliminação de redundâncias ou casos de fraude que prejudicam os programas.

"A Segurança Social, vamos geri-la sem falhas, o Medicare e o Medicaid, vamos salvá-los", disse Trump, acrescentando que "os democratas destruiriam o Medicare e o Medicaid, e isso porque os seus números não funcionam".

O resultado de hoje é um passo crucial para Trump e para o Partido Republicano, que nas últimas semanas investiram muito capital político na concretização do projeto de lei "One Big Beautiful Bill Act", encarado com preocupação por vários legisladores, que temem pelo futuro da estabilidade financeira do país, uma vez que estimativas apontam que a dívida dos Estados Unidos possa crescer em 3,3 biliões de dólares (quase 3 biliões de euros ao câmbio atual) ao longo da década.