"Precisamos que eles se juntem ao processo de recuperação da Venezuela, de recuperação do país, de reinstitucionalização da democracia, de recomposição no sentido mais lato", afirmou o candidato da oposição nas eleições presidenciais realizadas em 28 de julho passado.

"Nos 7.300.000 venezuelanos que votaram em mim, tenho a certeza que muitos, muitos portugueses estão nesse número, muitos votaram em mim", disse, em entrevista à imprensa portuguesa no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, onde recebeu o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2024, juntamente com a líder da oposição, María Corina Machado.

Os dados oficiais indicam que são cerca de 300 mil os portugueses e lusodescendentes na Venezuela.

Edmundo González, que procurou asilo político em Espanha em setembro passado, na sequência de um mandado de captura emitido pelas autoridades venezuelanas, afirmou que, nas eleições presidenciais, "o povo deu o seu veredicto".

"A Constituição Nacional estabelece que o dia 10 de janeiro é o dia da tomada de posse e a partir dessa data tenho de estar na Venezuela", referiu.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou o atual Presidente, Nicolás Maduro, como candidato reeleito para um terceiro mandato, por um período de seis anos, com 51% dos votos, um resultado que a oposição contesta, afirmando que, com base em 80% das atas eleitorais, que tornou públicas, Edmundo González Urrutia venceu as eleições com 70% dos votos.

A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.

Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, e registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela ainda não divulgou as atas do sufrágio desagregadas por assembleia de voto.

JH // ANP

Lusa/Fim