O primeiro-ministro rejeitou hoje que as relações com o Presidente da República tenham esfriado com comentários feitos na quarta-feira por Marcelo Rebelo de Sousa, defendendo que há uma "grande convergência de opiniões" entre São Bento e Belém.
Questionado pelos jornalistas sobre os comentários que o Presidente da República tinha feito ao Governo na quarta-feira, durante uma sessão de cumprimentos de Boas Festas, no Palácio de Belém, em Lisboa, Luís Montenegro disse que ficou "com a sensação de que há uma grande convergência de opiniões".
Face à insistência dos jornalistas sobre se as relações com Belém tinham esfriado, o primeiro-ministro respondeu: "De maneira nenhuma".
Luís Montenegro acrescentou que Marcelo Rebelo de Sousa até começou por dizer "tal como o senhor primeiro-ministro disse" antes de prosseguir com a sua intervenção.
Na quarta-feira, o Presidente da República afirmou que o Governo está em contrarrelógio desde que iniciou funções há oito meses, com o primeiro-ministro a procurar estar em todo o lado, numa conjuntura internacional difícil que exige cooperação estratégica.
Depois, deixou um recado ao Governo PSD e CDS-PP, partindo da atual conjuntura mundial, que caracterizou como extremamente complexa: "Solidariedade institucional é importante, mas não é suficiente. Tem de haver no presente cooperação estratégica".
Montenegro diz que "seria um mau sinal" UE esperar por Trump
Sobre outro tema, o primeiro-ministro português defendeu que "seria um mau sinal" se a União Europeia (UE) tivesse de "estar à espera" que Donald Trump inicie funções como Presidente norte-americano para decidir o futuro do apoio à Ucrânia.
"A Europa não pode vacilar, a Europa não vai vacilar no seu apoio à Ucrânia", acrescentou Luís Montenegro à entrada para uma reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas (Bélgica), a última de 2024 e primeira de António Costa (ex-primeiro-ministro português) enquanto presidente desta instituição.
O primeiro-ministro social-democrata reconheceu que é necessário "estreitar ainda mais a relação transatlântica", nomeadamente com os Estados Unidos da América.
Já sobre o Presidente eleito, Luís Montenegro reconheceu que a relação "poderá não ser a mesma coisa que era com o Presidente que está em exercício [o democrata Joe Biden], mas será no mesmo respeito".