Um deputado morreu esta quinta-feira num tiroteio no Parlamento da Abecásia, uma região separatista da Geórgia, durante o qual um outro também ficou ferido, anunciou o serviço de imprensa do líder abecásio.

"Depois de ter sido gravemente ferido, o deputado Vakhtang Golandzia morreu", disse a fonte em comunicado, acrescentando que outro deputado, Kan Kvartchia, ficou ferido no tiroteio em Sukhumi, a capital local.

"O deputado Kvartchia sofreu ferimentos moderadamente graves", referiu o serviço de imprensa do atual líder separatista da Abecásia, Badra Gounba, sem adiantar mais pormenores sobre o sucedido ou sobre os autores do incidente.

Situação política na Abecásia

A Abecásia, uma pequena região situada entre as montanhas do Cáucaso e o Mar Negro, declarou unilateralmente a sua independência da Geórgia em 1992 e foi reconhecida pela Rússia, ao contrário de quase toda a comunidade internacional.

O território foi recentemente abalado por manifestações contra um acordo económico com Moscovo, assinado no final de outubro e que permitia às empresas russas investir na Abecásia.

No dia 15 de novembro, os manifestantes conseguiram entrar no parlamento e num edifício da administração presidencial para impedir a ratificação deste acordo.

No processo, o líder da Abecásia, Aslan Bjania, demitiu-se, conforme exigido pelos manifestantes, sendo que Badra Gounba assumiu o cargo como interino até às próximas eleições antecipadas.

Os críticos do acordo temem que este abra caminho para os russos adquirirem apartamentos na Abecásia, especialmente nas muitas cidades costeiras do Mar Negro.

A venda de imóveis residenciais a estrangeiros foi proibida em 1995 na Abecásia, povoada por cerca de 240 mil habitantes.

No final de uma breve guerra em que o exército russo entrou em território georgiano em 2008, Moscovo reconheceu a independência de duas regiões separatistas que fazem fronteira com o seu território, a Abecásia e a Ossétia do Sul. Desde então, a Rússia tem mantido ali uma presença militar.

A Abecásia declarou unilateralmente a independência da Geórgia após a queda da URSS e defendeu-a durante uma guerra contra as forças georgianas no início da década de 1990, com o apoio de Moscovo.