
Um total de quatro mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros) são necessários anualmente para colmatar o défice do financiamento e atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, alertou, esta segunda-feira, presidente do Conselho Europeu.
"Sem este dinheiro, não alcançaremos os objetivos desenvolvimento sustentável [estabelecidos pela ONU para estarem concluídos até 2030]. Como se não bastasse, a dívida descontrolada coloca cada vez mais governos em dilemas impossíveis", afirmou António Costa durante a sua intervenção em castelhano no lançamento da Plataforma de Ação de Sevilha, no âmbito da Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento, em Sevilha.
Costa afirmou que cerca de "3,3 mil milhões de pessoas vivem em países que gastam mais ao serviço da dívida do que em educação ou saúde" e argumentou que "isto é inaceitável".
"Esta Plataforma de Ação de Sevilha é o ponto de partida. Com isto, devemos libertar todo o potencial dos compromissos assumidos e facilitar novas parcerias entre governos, instituições financeiras, setor privado e sociedade civil", afirmou o político português, sublinhando que "a União Europeia e os seus Estados-membros estarão à altura da ocasião".
Costa afirmou que "juntos, fornecemos 42% da ajuda global ao desenvolvimento, num total de 95,9 mil milhões de euros em 2023, num total de 95,9 mil milhões de euros em 2023".
"Estima-se que mais de 300 mil milhões de dólares (255,8 mil milhões de euros) em dívidas tenham sido reestruturados ou cancelados pelos países da União Europeia no Clube de Paris", acrescentou o presidente do Conselho Europeu.
"Além disso, mobilizaremos até 300 mil milhões de euros entre agora e 2027 através da nossa iniciativa Global Gateway para investimentos sustentáveis, inclusivos e com foco local. De facto, até 2023, já mobilizámos até 179 mil milhões de euros através do Global Gateway", disse.
Neste contexto, segundo Costa, serão apoiadas "várias iniciativas da Plataforma de Ação de Sevilha: desde a Declaração sobre a Mobilização dos Recursos Nacionais até ao Ecossistema Global de Saúde Renovado".
Para o presidente do Conselho Europeu "ninguém consegue enfrentar este desafio sozinho".
"Não é tarefa para um, nem para poucos. Requer a força coletiva de alianças corajosas e comprometidas. A União Europeia está pronta para dar o seu melhor, ombro a ombro, com todos e cada um de vós. Vamos trabalhar!", afirmou ainda António Costa.