A subida das águas do rio Tejo provocou o colapso de dois troços de uma ponte romana em Talavera de la Reina, no centro de Espanha, informou hoje o autarca de Toledo, José Julián Gregorio.

"Esta noite é um dia terrível para a história de Talavera. A nossa ponte velha ou 'romana' desabou parcialmente. Uma terrível inundação de água para a cidade. Graças a Deus, fechámo-la ao tráfego público. Hoje, o meu coração, como presidente da câmara, dói por esta perda de património", escreveu Gregorio.

Juntamente com a mensagem, publicada na rede social X pouco depois da 01:00 (00:00 em Lisboa), o autarca divulgou um vídeo que mostra um dos arcos da ponte a ruir devido à forte corrente do Tejo.

Após o deslizamento de terras, a polícia municipal estabeleceu um segundo perímetro de segurança e aconselhou o público a não se aproximar da área por motivos de segurança.

A Câmara Municipal de Toledo acrescentou que uma avaliação mais completa do que aconteceu será feita assim que nascer o sol.

O desabamento ocorreu horas depois de a delegada do Governo em Castilla-La Mancha, Milagros Tolón, ter visitado Talavera de la Reina devido a preocupações com as cheias do rio Tejo, cujas águas já atingiam velocidades superiores a mil metros cúbicos por segundo.

Durante a visita, Gregorio falou sobre a difícil situação do concelho, que ofereceu apoio a localidades próximas, como Cazalegas e Pepino, caso fosse necessário retirar a população.

A ponte de Santa Catalina, que estava classificada com um Bem de Interesse Cultural pelo Governo espanhol, tem origem numa ponte romana, que foi parcialmente reutilizada.

Na sexta-feira, Castela La Mancha tinha emitido avisos em relação ao caudal do rio Tejo, que estava "numa situação complicada" em diversas zonas, como acontece na região de Toledo, disse o presidente da região autonóma, Emiliano García-Page.

A subida do Tejo em Toledo levou, por exemplo, a acionar a Unidade Militar de Emergências das Forças Armadas espanholas para proteger o Hospital Nacional de Paraplégicos, em redor do qual os militares ergueram um dique para conter as águas, usando sacos de areia.

Manu Reino

Espanha, como Portugal, esteve sob a influência da depressão Martinho, com a região de Madrid a ser uma das mais atingidas pelos ventos e chuvas intensas.

O mau tempo levou hoje ao fecho de nove parques de Madrid, incluindo o maior e mais famoso da cidade, o Retiro, ao encerramento de universidades e a um alerta raro de risco de transbordo do rio Manzanares.

A Câmara Municipal de Madrid destacou, em comunicado, que tem havido "chuvas intensas" desde 28 de fevereiro, provocando "acumulação de água nos solos".

Não houve até ao momento notícias de vítimas em Espanha por causa do mau tempo associado à depressão Martinho.

No início da semana, na Andaluzia, duas pessoas morreram e uma continua desaparecida por causa das chuvas provocadas pela depressão Laurence.