O Governo chinês anunciou hoje um aumento para 125% nas taxas impostas sobre produtos oriundos dos Estados Unidos, mantendo a política de retaliar os aumentos das tarifas sobre bens chineses decretados por Washington.

Este valor é superior aos 84% anunciados na quarta-feira.

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo intensificou-se rapidamente, numa altura de grande volatilidade dos mercados.

A China insiste que não quer uma guerra comercial, mas que "não tem medo de a enfrentar se necessário".

A medida de Pequim, que entrará em vigor no sábado, foi confirmada pelo Comité da Pauta Aduaneira do Conselho de Estado (Executivo chinês) numa declaração oficial, na qual condenou a política comercial dos Estados Unidos como uma "violação grave" das regras do comércio internacional" e "unilateralismo coercivo".

Numa reviravolta, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na noite de quarta-feira uma suspensão de 90 dias das chamadas "tarifas recíprocas" impostas sobre o resto do mundo, mas manteve e agravou as taxas impostas à China.

A Casa Branca esclareceu, na quinta-feira, que a tarifa total sobre os produtos chineses é de 145%, uma vez que teve de ser acrescentada a tarifa de 20% que tinha sido anteriormente imposta à China devido à crise do fentanil.

A imprensa oficial chinesa assinalou, nos últimos dias, que o país asiático diversificou os destinos das suas exportações nos últimos cinco anos, pelo que não é tão vulnerável a uma guerra comercial com os Estados Unidos como foi durante a primeira presidência de Trump (2017-2021).

A televisão estatal CCTV destacou recentemente o papel da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), agora o maior parceiro comercial da China, e dos países emergentes em geral, com os quais o país realiza já 60% do seu comércio.