O Conselho da Europa admitiu estar preocupado com a intolerância na Europa, defendendo que a polícia deve deixar de suspeitar de determinadas raças ou etnias, e que ciganos e pessoas transgénero não podem ser discriminados.

"Prevenir o surgimento ou o desenvolvimento de práticas de discriminação racial é vital para reforçar, manter ou restaurar a confiança pública nas agências de aplicação da lei", sublinhou o presidente da ECRI, Bertil Cottier.

De acordo com a análise dos especialistas, as autoridades policiais dos Estados europeus ainda têm tendência para suspeitar de pessoas com base na origem nacional ou étnica, cor da pele, religião ou cidadania.

O órgão do Conselho da Europa identificou estas práticas em diferentes contextos tais como "controlo de fronteiras, ações contra o terrorismo ou o extremismo, ou medidas de controlo aplicadas por agências de segurança pública"em áreas geográficas específicas sem qualquer suspeita", alertaram os investigadores.

"elevados níveis de segregação escolar das crianças ciganas"

Um outro desafio são os "elevados níveis de segregação escolar das crianças ciganas", o que leva a uma educação de baixa qualidade com uma "elevada concentração de crianças ciganas em determinadas escolas".

Apesar das medidas tomadas por muitos Estados-membros "o progresso no sentido da dessegregação de facto tem sido lento", lamenta o organismo do Conselho da Europa.

O órgão anti-racismo alerta ainda contra o "discurso de ódio transfóbico" que, em 2024, "continuou a ser frequente", especialmente durante as campanhas eleitorais.

Continuaram a registar-se atos de violência motivados pelo ódio contra pessoas transgénero, e muitas referiram também que mesmo alguns profissionais de saúde se mostraram relutantes em recebê-los.

O ECRI assinalou que "muitos organismos de promoção da igualdade não dispõem de recursos adequados para desempenhar as suas funções de forma eficaz".