O líder religioso tibetano Dalai Lama e a Rússia manifestaram, esta terça-feira, pesar pelo forte terramoto na região dos Himalaias do Tibete, no sudoeste da China, que matou pelo menos 95 pessoas e causou grandes danos.

"Estou profundamente triste com o terramoto devastador que atingiu Dingri, no Tibete, e as áreas circundantes hoje de manhã", escreveu o líder político e espiritual dos tibetanos no exílio, num comunicado divulgado pelo seu gabinete."

"[O sismo] causou a trágica perda de muitas vidas, muitos feridos e a destruição de muitas casas e propriedades. Ofereço as minhas orações a todos aqueles que perderam a vida e desejo uma rápida recuperação a todos os que ficaram feridos", acrescentou o Dalai Lama.

Atualmente com 89 anos, o Dalai Lama deixou Lhasa, capital do Tibete, em 1959, oito anos depois de a China ter recuperado o controlo total desta região, até então largamente autónoma.Desde então, o líder espiritual budista viveu no exílio na Índia e nunca mais regressou ao Tibete.

Renunciou formalmente ao cargo de líder político do seu povo em 2011, entregando o poder secular a um governo democraticamente escolhido por cerca de 130.000 tibetanos de todo o mundo.

“Rússia partilha dor” da China

De Moscovo chega também uma curta mensagem dirigida ao homólogo chinês, Xi Jinping. O Presidente russo, Vladimir Putin afirmou que a Rússia "partilha a dor" da China após o forte e mortal terramoto no Tibete.

"A Rússia partilha a dor daqueles que perderam entes queridos e amigos devido a esta catástrofe natural", afirmou Putin, apresentando "sinceras condolências a Xi Jinping pelas "trágicas consequências" do terramoto.

Além dos 95 mortos, segundo um balanço ainda provisório, o número de feridos subiu para 130.

Cerca de 1.500 bombeiros e equipas de salvamento foram destacados para procurar pessoas nos escombros, afirmou o Ministério da Gestão de Emergências da China.

Sismo de magnitude 7.1

O terramoto, cuja magnitude foi avaliada em 7.1 na escala de Richter, teve como epicentro o condado de Dingri, a cerca de 75 quilómetros a nordeste do Monte Evereste, e foi registado às 09:05 locais (01:05 em Lisboa).

A zona do epicentro, com uma média de altitude de 4.200 metros, é onde as placas da Índia e da Eurásia chocam e causam elevações nas montanhas dos Himalaias suficientemente fortes para alterar a altura de alguns dos picos mais altos do mundo.

A televisão estatal CCTV revelou que há algumas comunidades dentro de um raio de cinco quilómetros do epicentro, que está a 380 quilómetros de Lhasa, a capital do Tibete, e a cerca de 23 quilómetros da segunda maior cidade da região, Shigatse, conhecida como Xigaze em chinês.No século passado, registaram-se 10 sismos de magnitude de pelo menos 6 na zona onde ocorreu o terramoto hoje.

O sismo foi sentido também na capital do Nepal, Katmandu, a mais de 200 quilómetros do epicentro, mas sem registo até ao momento de danos significativos ou feridos.