
As autoridades francesas informaram, este domingo, que o pai de um magnata de criptomoedas que tinha sido raptado esta semana em Paris foi libertado no sábado à tarde, numa operação policial que resultou na detenção de cinco suspeitos.
De acordo com as mesmas fontes, o refém apresentava sinais de tortura e teve um dedo amputado. A mutilação foi filmada e enviada ao filho - um empresário milionário do setor das criptomoedas - como forma de pressão para o pagamento de um resgate no valor de oito milhões de euros.
O sequestro ocorreu na quinta-feira, por volta das 10:30, no 14.º bairro da capital francesa, quando quatro indivíduos encapuzados abordaram a vítima. Após o contacto inicial, os sequestradores remeteram o vídeo da amputação para forçar o avanço das negociações.
A vítima acabou por ser localizada numa habitação em Palaiseau, nos arredores de Paris, graças a uma investigação conduzida pela Brigada de Busca e Intervenção (BRI), uma unidade de elite da polícia francesa.
"Tentaram fugir e resistir à detenção"
Segundo a cadeia francesa BFMTV, o filho da vítima encontrava-se em Malta no momento do rapto e foi repatriado de imediato pelas autoridades para colaborar com as negociações.
A operação de resgate foi realizada no sábado à tarde. "Tentaram fugir e resistir à detenção", revelou uma fonte policial, referindo-se aos suspeitos que guardavam o refém.
Quatro pessoas foram detidas no local, onde foram também apreendidas uma arma de fogo e várias armas brancas. Nenhum dos suspeitos ficou ferido. Uma quinta pessoa foi detida mais tarde, ao volante de um veículo utilizado pelos sequestradores.
Este incidente surge apenas três meses e meio após o sequestro de David Balland, cofundador da criptomoeda Ledger, e da sua esposa. Ambos foram resgatados em operações semelhantes, mas Balland acabou por sofrer a amputação de uma mão.
O caso reacende o debate sobre a segurança de figuras ligadas ao setor das criptomoedas, frequentemente alvo de crimes violentos devido à sua elevada exposição financeira e à descentralização dos seus ativos.
- Com Lusa