A Coreia do Sul acusou hoje a DeepSeek de enviar dados de utilizadores para a ByteDance, proprietária do TikTok, tornando-se o primeiro país a confirmar a falha de segurança que levou à proibição da aplicação.

Depois de terem anunciado na segunda-feira a suspensão de novos 'downloads' da DeepSeek devido a riscos de segurança, as autoridades sul-coreanas disseram hoje que detetaram a fuga de dados pessoais dos seus utilizadores sul-coreanos para o Tiktok, constituindo uma violação da regulamentação nacional.

O regulador sul-coreano para a proteção de dados está a realizar uma inspeção aprofundada sobre a política de dados da DeepSeek e a dimensão da violação de segurança, para a qual solicitou a cooperação do Governo chinês e da empresa chinesa por detrás da aplicação de inteligência artificial (IA).

A Comissão de Proteção de Informações Pessoais (PIPC) da Coreia do Sul já tinha alertado, no passado dia 07, para o risco que representa o sistema de recolha de dados da DeepSeek, que está armazenado em servidores na China, e para a possibilidade de fuga de informações sensíveis.

Este aviso surgiu dias depois de vários ministérios do Governo sul-coreano terem bloqueado o acesso interno ao serviço devido a preocupações semelhantes, medidas a que se juntaram grandes empresas sul-coreanas como o fabricante automóvel Hyundai e as tecnológicas Samsung Electronics, LG e SK Hynix.

O regulador sul-coreano confirmou agora que a DeepSeek "comunica com a ByteDance" para transferir dados dos utilizadores, embora o nível e o tipo de tais transferências ainda não sejam conhecidos, disse um porta-voz da PIPC aos meios de comunicação locais.

Esta fuga de dados constitui, de qualquer modo, uma violação da legislação sul-coreana, que exige que os operadores de aplicações tenham o consentimento explícito dos utilizadores para transferir os seus dados para terceiros.

Embora a Coreia do Sul seja o primeiro país a acusar diretamente a DeepSeek da transferência de dados para a empresa chinesa por detrás do TikTok, outras autoridades nacionais já tinham tomado medidas contra o 'chatbot' de inteligência artificial ou alertado para os seus riscos.